O gerente de álcool e oxigenados da Petrobras, Sillas Oliva Filho, afirmou que o Brasil "não será uma Arábia Saudita do etanol", durante evento realizado em Uberaba (MG). "Se isso ocorrer, não vai haver mercado externo porque o mundo não vai trocar um produto em que já é dependente numa região para ser dependente de outro", disse.
Oliva acha que é necessário o incentivo à produção em outros países e disse não querer que a Petrobras monopolize a exportação de álcool, defendendo a importância das parcerias. "Se o mundo não quer ser dependente do produto de um país, muito menos do produto de uma empresa", argumentou.
Para ele, o Brasil precisa atuar para garantir o fornecimento de longo prazo e desenvolver mercados também em outros países, levando a experiência nacional. "O mundo hoje está precisando de um combustível renovável e limpo. Só que criação de um novo mercado precisa de parcerias, mais do que uma relação comprador/vendedor", afirmou.
Oliva falou dos acordos em andamento entre a Petrobras e outras localidades, como a Nigéria e a África do Sul, e que a empresa está atuando de forma a ser parceira do setor e das empresas que nele estão ingressando agora. "Isso de forma que possamos construir um mercado sustentável para 20, 30 anos", torce.
No entendimento de Oliva, o Brasil tem o que o mundo procura: segurança energética para a redução da dependência do petróleo e diversificação energética, pela expansão dos biocombustíveis, necessárias em tempos de mudanças climáticas que impactam diretamente as economias locais, além da capacidade saturada de refino de petróleo.
"O Brasil tem economia estável, disponibilidade de terra para produção dos biocombustíveis, infra-estrutura mínima para exportar, longa experiência no uso do etanol, é um local interessante para investimentos estrangeiros e a cana é mais eficiente que outras culturas", enumerou Oliva.
