Pesquisadores analisam morte da Brachiaria

Foi realizado nesta semana, em Cuiabá, capital do Mato Grosso, seminário sobre morte da Brachiaria brizantha, também conhecida como capim-marandu e braquiarão. O evento reuniu sete especialistas da área de pastagem da Embrapa e da Universidade Federal Rural de Pernambuco, durante dois dias de discussão sobre o problema que surgiu a partir de 1998 em pequenas áreas e cresceu de forma gradativa. Hoje são verificados danos em áreas extensas de forma contínua e irrecuperável em toda a região Centro-Oeste e Amazônia.

Desde que as mortes das pastagens foram verificadas, pesquisadores da Embrapa passaram a acompanhar o problema e estudar as causas. Muitas informações foram colhidas e este seminário foi a oportunidade para troca de informações com vistas à elaboração de um projeto de pesquisa a fim de atacar a questão.

O capim-marandu é originário do Zimbábue, na África, foi lançado pela Embrapa Gado de Corte e Embrapa Cerrados no ano de 1983. Em todas fases da pesquisa, que durou cerca de dez anos de estudos, o capim não havia demonstrado esse tipo de problema. É uma gramínea com grande aceitação pelos produtores por apresentar características favoráveis como rápido estabelecimento, boa produtividade, resistência à cigarrinha-das-pastagens, alta produção de sementes e boa adaptação a diversas condições de solo e clima. O marandu é um dos mais plantados no Brasil, principalmente nas regiões de cerrados e Amazônia.

Estima-se que 60 milhões de hectares em todo o Brasil estão estabelecidas com essa forrageira. Nos levantamentos feitos sobre a morte do marandu, várias hipóteses foram levantadas, entre elas, o estresse da planta por causa do clima – altas temperaturas, seca ou excesso de umidade-, deixando a vulnerável às pragas e doenças. O marandu é relativamente exigente em nutrientes, mas tem sido plantado em solos pobres, sem correção e adubação, o que também pode debilitá-lo.

Enquanto não se chega a uma conclusão final sobre as ocorrências verificadas, pesquisadores orientam o seguinte manejo: não deixar sobra do capim no fim da seca, evitar o pastejo nas águas e não plantar novamente a gramínea onde a pastagem morreu.

Na reunião, especialistas debateram vários aspectos que envolvem a morte da planta; causas patológicas, entomológicas, fitopatológica, características climáticas da região e alternativas de controle. O seminário teve a coordenação do pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Rodrigo Amorim Barbosa e do chefe-técnico da unidade, Cleber Soares. O evento foi realizado na Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) em Cuiabá, MT.

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