A biotecnologia está mudando a agricultura. Ela tem permitido resolver problemas diversos, além de agregar valores a coisas que antes não se tinha em produtos agrícolas como, por exemplo, a melhoria da qualidade do óleo de soja e a redução do uso de inseticidas e outras substâncias químicas em plantas.
A informação é do engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Alexandre Nepomuceno, indicado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia para ser especialista em biotecnologia na CTNBio.
Segundo Nepomuceno, há vários riscos a partir do momento que se desenvolve uma planta geneticamente modificada. "Por isso, fazemos uma série de análises para tentar identificar quais os riscos que envolvem a questão da segurança ambiental e alimentar (para humanos e para animais). A nova Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) terá que ficar atenta para as novas informações que estão sendo geradas no mundo."
De acordo com o pesquisador, o Brasil está atrasado no que diz respeito à biotecnologia agrícola, por causa de processos judiciais que impediram o plantio da soja transgênica e por causa da demora na aprovação da Lei de Biossegurança. "A Lei de Biossegurança foi aprovada em março no Congresso e só agora no final de dezembro a CTNBio está sendo reativada. Sabemos que existem vários processos parados na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança e que devem ser analisados urgentemente para que as instituições públicas e privadas não sejam prejudicadas" afirma.
Sancionada no dia 24 de março deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a lei nº 11.105 trata das normas de segurança e mecanismos de fiscalização das atividades com organismos geneticamente modificados (OGM) e reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), responsável pela análise e classificação de risco dos OGMs. Mas, faltava sua regulamentação para ser efetivada.
De acordo com o decreto de regulamentação, a CTNBio será composta por 27 membros: 12 doutores com notório saber científico nas áreas de saúde humana, animal e vegetal e meio ambiente, além de representantes de nove ministérios e seis especialistas nas áreas de conhecimento de defesa do consumidor, saúde, meio ambiente, biotecnologia, agricultura familiar e saúde do trabalhador.