Curitiba foi escolhida pelo Programa Nacional de HIV para ser uma das três cidades brasileiras a participar da pesquisa de conhecimento de atitudes e práticas na população de 15 a 54 anos, realizada também nos estados de Pernambuco e São Paulo.

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Os resultados obtidos em Curitiba foram apresentados na tarde desta quarta-feira durante uma conferência no Sesc organizada em comemoração ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Também participaram do estudo por serem "sítios de excelência" no trabalho de prevenção e tratamento da Aids as cidades de Manaus e Campo Grande (MS).

Os dados, levantados no mês de agosto, servirão para a construção de indicadores para a avaliação sistemática do desempenho das estratégias de prevenção e das ações de controle à infecções sexualmente transmissíveis.

"A pesquisa é importante porque vai ajudar a avaliar o Programa Brasileiro de DST/Aids e ajudar as cinco idades a rever suas ações de prevenção e tratamento", disse a coordenadora municipal de DST/Aids, Mariana Thomaz durante a apresentação dos resultados da cidade para um público de 200 pessoas entre profissionais da saúde, representantes de ong e entidades sociais relacionadas à prevenção da Aids.

Metodologia

Para traçar o comportamento da população nacional, a pesquisa foi realizada em 1.200 domicílios de cada um dos cinco "sítios". De cada casa, apenas uma pessoa foi escolhida para responder a um questionário dirigido aos aspectos de perfil sócio demográfico, conhecimento em relação à transmissão do HIV e outras DST, práticas sexuais, controle e prevenção, testagem do vírus e uso de drogas.

A pesquisa revelou que os curitibanos têm mais relações sexuais do que os moradores de outros estados. Enquanto a média de habitantes sexualmente ativos, na faixa dos 15 aos 54 anos é de 90%, em Curitiba é de 91,7%. Outra diferença dos curitibanos é em relação ao número de parceiros. Quase 21% dos entrevistados relataram ter mais de 10 parceiros na vida. A média nacional é um pouco menor, 20%.

O estudo também serviu para mostrar que a capital paranaense, primeira cidade no país a descentralizar o exame de HIV em 95 diferentes pontos, a população leva muito a sério o trabalho de prevenção: 80% dos entrevistados, na faixa etária dos 15 aos 24 anos, usam preservativo durante as relações. A média nacional é de apenas 74%.

Os dados também deixam claro que a população está melhor informada. Em relação ao indicador de conhecimento correto sobre as formas de transmissão, o resultado em Curitiba foi de 72%. Na pesquisa realizada nacionalmente, o percentual foi de 67 %.

Entre os mais jovens, de 15 a 24 anos, o resultado cai para 69% ,o nível nacional é de 62%. "É uma diretriz que nos mostra que precisamos intensificar as ações entre os jovens e adolescentes", disse Mariana.

Depois de conhecerem os resultados do estudo desenvolvido em parceria entre o Ministério da Saúde, o Departamento de Informaçôes em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz e o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos, o público acompanhou a apresentação da palestra Mulher: A sua história é você que faz, ministrada pela representante do Serviço de Vigilância Epidemiológica da UFPR e do Centro de Vigilância Epidemiológica da secretaria municipal da Saúde, Cléa Lopes Ribeiro.

Luta

Quem passou pela Boca Maldita na manhã desta quarta-feira presenciou a ação de equipes da Secretaria Municipal da Saúde e de cerca de 50 voluntários de ongs que atuam na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis trabalharam para divulgar as ações de prevenção e de combate a Aids. Homens e mulheres foram abordados nas ruas para receber preservativos e panfletos com informações necessárias sobre como combater a emissão do vírus e apoiar quem vive com a doença.

O Dia Mundial de Luta Contra a Aids, comemorado desde 1988, em 140 paises do mundo ganhou nova conotação em Curitiba. Além da conferência, uma caminhada e ações educativas em unidades de saúde marcaram a data que é comemorada desde 1988, em 140 países do mundo, como forma de conscientizar as pessoas sobre a importância de prevenir a doença e combater o preconceito.

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