Pesquisa revela: brasileiro não é fiel à marcas na hora de consumir

São Paulo – O brasileiro não é fiel a marcas ou a hábitos de consumo. No supermercado, o que pesa mesmo é o bolso. Pesquisa divulgada hoje pela consultoria AC Nielsen mostra que no ano passado 87% dos brasileiros mudaram sua lista de compras devido a um aumento de preços, em média, 9,4% acima da inflação. A queda no poder aquisitivo da população, acentuada nos últimos dois anos, também contribuiu para a mudança de comportamento em frente às gôndolas dos supermercados. A pesquisa acompanhou o desempenho de 153 categorias de produtos nas regiões metropolitanas de São Paulo, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife.

A AC Nielsen acompanhou o desempenho de 153 categorias de produtos, de 1994 a 2003, nas regiões metropolitanas de São Paulo, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife. O trabalho identificou quatro fatos marcantes para o consumo na última década ? a implantação do plano Real (1994), a desvalorização do Real e a adoção do câmbio flutuante pelo Banco Central (1999), a eleição presidencial e a eleição inflacionária (2002) e, mais recentemente, o clima de expectativa gerado a partir da posse de Luís Inácio Lula da Silva (2003).

Em 1995, o mercado de bens de consumo de massa colheu os frutos do Plano Real, rememora Arthur Bernardo Neto, diretor geral da divisão de pesquisa da ACNielsen.

Em sua primeira fase, O Real recuperou o poder aquisitivo dos brasileiros levando as classes C, D e E às compras. Naquele ano, 95% dos produtos de largo consumo registraram crescimento nas vendas e 5% ficaram estáveis. No ano seguinte, algumas categorias começaram a apresentar queda. Gradualmente, os índices de crescimento foram ficando mais discretos, associados à perda do poder aquisitivo do consumidor ? em 1999, apenas 28% dos bens de consumo de massa registravam alta, 29% mantinham-se estáveis, e 35% apresentavam queda.

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