Brasília – A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fundação Zerbini vão fazer uma pesquisa para comprovar os benefícios do café no tratamento de doenças do coração e do diabetes tipo 2.

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?O que estamos buscando são novas formas de consumo do café, ou seja, um consumo também para fins farmacológicos", disse o presidente da Embrapa, Silvio Crestana.

A liberação do estudo foi aprovada esta semana pelo Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), que tem representantes do Ministério da Agricultura, da Embrapa e do setor cafeicultor.

De acordo com o gerente-geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo, essa é a primeira pesquisa brasileira voltada para o uso do café como elemento preventivo de doenças cardiovasculares e de diabetes.

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Segundo ele, a previsão é que o estudo seja desenvolvido em quatro anos, com custo inicial será de R$ 1,8 milhão, destinado à realização de testes com voluntários e à compra de equipamentos e reagentes, além da contratação de profissionais.

Crestana explica que a parceria será de duas maneiras: a Embrapa vai entrar com o financiamento e a análise que envolve o grão do café. No caso da Fundação Zerbini, todos os recursos serão repassados ao Instituto do Coração (Incor), que vai executar testes com cerca de 4 mil voluntários.

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"Serão feitos vários testes com um grupo que já tem problema cardíaco e, depois de um determinado período, serão feitas novas análises para saber se houve evolução na doença?, disse o gerente da Embrapa Café. ?Isso também será feito com os que não tomam café e têm problemas cardiovasculares", acrescentou.

Para o presidente da Embrapa, caso o estudo seja comprovado, o agronegócio brasileiro também será beneficiado. Ele cita como exemplo a China, que ainda não é consumidora de café.  "Lá, são 100 milhões de novos habitantes todo ano sendo incorporados ao mercado de consumo. Isso significa meio Brasil por ano ano. Então, o nosso país não pode, de forma alguma, perder esse mercado", avaliou Crestana.

Por ano, o Brasil produz 40 milhões de sacas de café (cerca de R$ 4 bilhões). De acordo com o Ministério da Agricultura, o produto representa 7% do agronegócio brasileiro.