Pesquisa sobre o comportamento dos brasileiros em relação à aids, divulgada nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde, revela que das 6 mil pessoas de 15 a 54 anos entrevistadas em todo o país, o grupo que menos usa preservativo é o de pessoas com múltiplos parceiros e que, ao mesmo tempo, afirmam ter usado cocaína, pelo menos uma vez na vida.
Ainda de acordo com a pesquisa, o grupo que mais usa preservativo é o composto por jovens que têm maior grau de escolaridade e melhor nível socioeconômico, e não têm um parceiro fixo. As desigualdades quanto ao nível de escolaridade e renda são revelados em todos os outros pontos da pesquisa. O uso de preservativo, por exemplo, varia de 58% entre as pessoas de renda alta a 48%, entre os mais pobres.
"É preciso melhorar principalmente o acesso das populações carentes às informações e, principalmente, aos métodos de prevenção à Aids", reconheceu o ministro Humberto Costa. E acrescentou: "Nós temos que ampliar a distribuição gratuita de preservativo. Já estamos fazendo isso ao longo do tempo. Tem sido crescente o número de preservativos adquiridos pelo país." Costa lembrou durante entrevista coletiva que em 2005 será inaugurada uma fábrica de preservativos no estado do Acre.
A pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde também identificou que os homens que têm relações com pessoas do mesmo sexo se previnem mais. Cerca de 44% dos homossexuais afirmaram usar regularmente o preservativo, enquanto entre os homens heterossexuais esse percentual é de 28%. Apenas 3,5% dos homens entrevistados declararam ter feito sexo com outro homem.
Entre as mulheres, 62% afirmaram ter feito exame ginecológico há menos de três anos. O índice chega a 70% para as sexualmente ativas; a 81% para as mulheres com ensino fundamental completo; e a 64% para as que têm ensino fundamental incompleto.