Pesquisa medirá relação entre criminalidade e sensação de segurança

A partir do dia 1.º de março, a Secretaria de Estado da Segurança Pública, em parceria com o Instituo Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), começa a visitar a casa dos moradores de Curitiba e Foz do Iguaçu para levantar informações das pessoas que tenham sido vítimas de algum tipo de crime ou violência, relatados ou não á polícia. A Pesquisa de Vitimização, como é chamada, tem como objetivo principal complementar as estatísticas de registros de ocorrências criminais, assim como estabelecer o perfil das vítimas delineando que grupos são mais suscetíveis à violência.

O estudo permitirá ainda, medir até que ponto a sensação de insegurança da população é o reflexo real dos índices de criminalidade. "Trata-se do método de aferição de dados relativos à segurança mais aceito no mundo, nos dias de hoje. Sua execução aqui no Paraná visa obter um diagnóstico mais fidedigno da situação", explicou o coordenador do programa de Geoprocessamento da Secretaria da Segurança, Marcelo Jungend.

A Pesquisa de Vitimização é inédita aqui no Paraná e também servirá para que a população avalie a ação policial. No Brasil, até agora, apenas as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais já realizaram a pesquisa. De acordo com Normélia Souza, que coordena o levantamento, a metodologia aplicada no Paraná foi desenvolvida a partir da aplicada em Belo Horizonte e adequada à realidade das duas cidades paranaenses, com o apoio e consultoria da Universidade Federal de Minas Gerais.

Entrevistados

Em Curitiba, 4.260 pessoas serão entrevistadas e em Foz do Iguaçu aproximadamente 700, o equivalente a cerca de 4% da população de cada cidade. A pesquisa será realizada em todos os bairros de Curitiba e Foz, porém com um foco maior nas regiões que tem índices de violência mais altos. O formulário vai abordar o perfil do entrevistado, informações sócio econômica sobre os vizinhos, tipo de violência sofrida e termina com uma avaliação do entrevistado sobre o trabalho policial.

As residências que receberão a visita dos pesquisadores vão ser previamente sorteadas, dentro de um universo já determinado pela metodologia científica. Em cada casa, o pesquisador, entrevistará apenas uma pessoa da família, em local fechado, e sem a presença de outras pessoas. Esse cuidado é tomado, para que não haja nenhum tipo de interferência. A média de tempo para o preenchimento do formulário será de aproximadamente 55 minutos. O trabalho de campo deverá durar aproximadamente dois meses. Em seguida, os formulários serão encaminhados para a Celepar, onde serão digitados e depois avaliados por técnicos do Ipardes. O resultado final deverá estar pronto no mês de setembro.

Cuidado

A Secretaria de Estado da Segurança orienta as pessoas para que recebam apenas os pesquisadores que estiverem usando o crachá de identificação e ainda portarem uma carta de apresentação assinada pela Secretaria da Segurança Pública, pelo Ipardes e também pelo Governo do Estado. Em caso de dúvida, as pessoas podem telefonar para o (41) 351 6345 (dias úteis) ou 8137-4833, nos finais de semana. 

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