Eles acham que seu país está melhor que o resto do mundo, que seus filhos têm um futuro brilhante e que em cinco anos a vida será ainda melhor. Norte-americanos? Não, vietnamitas.

Apesar de várias décadas de guerras e pobreza, os 80 milhões de habitantes desse país comunista do Sudeste Asiático parecem ser os mais otimistas do continente, segundo pesquisa da entidade norte-americana Pew Research Center, publicada ontem pelo jornal International Herald Tribune.

Ao todo, foram entrevistadas 38 mil pessoas em 44 países – na Ásia, a pesquisa cobriu Vietnã, Coréia do Sul, Japão, Indonésia, Filipinas, China, Índia e Bangladesh. Entre os vietnamitas, 69% se disseram satisfeitos com o país, e 51%, satisfeitos com o mundo. É o número mais elevado do planeta.

No Brasil, país que também foi pesquisado, o grau de satisfação com o país e com o mundo é bem menor: 11 e 12% respectivamente.

Os povos com percepção mais pessimista sobre o próprio país foram os argentinos e os peruanos, com apenas 3% de satisfação. E os italianos e bolivianos foram os menos satisfeitos com a situação mundial: apenas 9% dos entrevistados na Itália e na Bolívia estavam satisafeitos com o mundo de hoje.

Qualidade de vida

No quesito qualidade de vida, 43% dos vietnamitas se disseram satisfeitos, índice ainda superior ao de qualquer outro país asiático, exceto a Coréia do Sul. Para 69%, a situação vai melhorar em cinco anos, e para 98%, o futuro das novas gerações no país será mais positivo, índice que também é um recorde mundial.

Assim como fez a vizinha China, o Vietnã adotou algumas políticas de mercado sem deixar de lado o regime político dirigido pelo partido comunista. Como resultado, o país tem médias de crescimento superiores aos 7% anuais. A renda per capita ainda é baixa (US$ 400 por ano), mas o Vietnã tem alcançado resultados bastante positivos na batalha contra a pobreza.

Segundo o embaixador permamente do Vientã nas Nações Unidas, Nguyen Thanh Chau, a taxa de pobres no país passou de 30% a 10% nos últimos 10 anos. Há ainda mais de mil vilarejos listados como miseráveis, “mas a expectativa é que esse número desapareça até o ano 2015”, disse o diplomata.

A pesquisa revelou que os vietnamitas consideram que a Aids e outras doenças infecciosas são a maior ameaça para seu futuro. Em outros países asiáticos, as maiores preocupações são com armas nucleares, conflitos étnico-religiosos, problemas ambientais e desigualdades sociais. As diferenças entre ricos e pobres são o tema que menos preocupa os vietnamitas.

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