Brasília – Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (26) pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) mostra que a maior parte das contratações na indústria brasileira são de trabalhadores com experiência anterior, 83,6% do total em 2005. E que a maioria dos trabalhadores que conseguiram o primeiro emprego na área industrial em 2005 eram jovens, do sexo masculino, e recebiam entre um e 1,5 salário mínimo por mês. Entre eles, 57,1% tinham entre 18 a 24 anos de idade e 13,7% de 25 a 29 anos.

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A pesquisa apontou ainda que a maior parte das vagas para trabalhadores sem experiência foi oferecida para aqueles que tinham ensino médio completo, equivalente a 27% das ofertas de emprego. O estudo do Senai mostra que apenas 9,3% dos que foram admitidos no primeiro emprego em 2005 tinham só até a quarta série do ensino fundamental. Os trabalhadores com experiência admitidos (79,6% do sexo masculino) pela indústria em 2005 são mais velhos e têm menos escolaridade, e apenas 29,3% dos admitidos em reemprego tinham entre 18 e 24 anos de idade. Quase 40% dos admitidos com experiência anterior não tinham o ensino médio completo, mas sua remuneração era maior do que a oferecida aos novatos que vão trabalhar na indústria.

A pesquisa foi coordenada pelo professor João Saboia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele destaca que as empresas preferem contratar quem tem mais experiência, e isso acontece em todo o mundo. Mas, apesar dessa tendência, existem segmentos industriais no Brasil, como o da madeira, mobiliário, têxtil, vestuário, calçados, alimentos e bebidas, que dão preferência aos trabalhadores que se candidatam ao primeiro emprego. Segundo o professor, em 2005 as admissões de primeiro emprego superavam 20% do total das contratações nesses setores.

O emprego industrial se concentra nas regiões metropolitanas do Sudeste e do Sul do país. Em 2004, as indústrias do Sudeste foram responsáveis por 44,5% das admissões de primeiro emprego e as do Sul por 22,5%. São Paulo empregou 25% de todos os trabalhadores sem experiência em 2005, ficando o menor índice com Tocantins, com 0,5% e depois o Amazonas, com 1,8%.

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