Rio – Os governos estaduais destinaram em 2003 menos de 0,1% do total de suas despesas ao esporte, segundo revelou a Pesquisa de Esporte – Governo do Estado, divulgada hoje (4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo, feito em parceria com o Ministério do Esporte, mostra que os gastos dos governos estaduais nesta área diminuíram 19,6% naquele ano, caindo de 0,13% para apenas 0,09% das despesas totais dos estados.
De acordo com o IBGE, o baixo investimento se reflete, por exemplo, no reduzido número de equipamentos esportivos de propriedade ou sob gestão dos estados existentes naquele ano: 228. Desse total, 12 estavam fora de uso.
O estudo também revelou que a média das escolas estaduais que tinham pelo menos uma instalação esportiva naquele ano foi superior ao encontrado nas escolas da rede municipal. A média na rede estadual de ensino foi 58,1%, enquanto na municipal ficou em 12%.
Para a atleta Carmem de Oliveira, primeira brasileira a conquistar a maratona de São Silvestre, baixos investimentos no esporte podem aumentar as despesas dos estados em outras áreas.
"Ter as crianças ocupadas com alguma atividade física reduz atendimentos em hospitais, os índices de delinqüência etc. Os estados que investem pouco em esporte sentem os reflexos negativos em pouco tempo", afirmou.
De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, apenas na região Centro-Oeste houve crescimento do percentual de recursos aplicados em desporto e lazer. Esta região registrou um aumento de 3,6%. A região Nordeste foi a que mais reduziu os gastos neste setor, apresentando queda de 33,6%.