A pesquisa do Banco Central com analistas de mercado divulgada hoje (13) no boletim Focus, reduz ainda mais a previsão de valorização do dólar norte-americano no encerramento deste ano. A projeção da pesquisa da semana passada, de cotação de R$ 2,35 no final de 2006, caiu para R$ 2,30, puxando para baixo também a cotação de 2007, prevista em R$ 2,50 e agora reduzida para R$ 2,48.
Esse comportamento se explica em parte pela grande oferta de dólares no mercado interno, em razão do crescente movimento das vendas de produtos brasileiros no exterior, que geraram saldo comercial (exportações menos importações) de US$ 44,7 bilhões no ano passado e vão possibilitar mais superávit (saldo positivo) neste ano.
De acordo com os analistas de mercado pesquisados pelo BC na última sexta-feira, o saldo da balança comercial deste ano será em torno de US$ 40 bilhões, e a projeção de saldo para 2007 foi elevada de US$ 34 bilhões, na pesquisa da semana passada, para US$ 35 bilhões.
A pesquisa do BC aumenta de US$ 8 bilhões para US$ 9 bilhões a estimativa deste ano para o saldo de conta corrente – que envolve todas as transações comerciais e financeiras do país com o exterior. O saldo positivo deve se repetir também em 2007, pois os economistas do setor privado aumentaram a projeção de saldo de US$ 4,50 bilhões para US$ 5,25 bilhões.
As previsões do boletim Focus para o mercado doméstico são menos expressivas. Os economistas mantiveram a projeção de 3,50% para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todas as riquezas produzidas no país em 2006 – e reduziram de 3,55% para 3,50%, na comparação semanal, a tendência de aumento do PIB no ano que vem.
Isso reflete em parte a baixa projeção de 4% para o crescimento da produção industrial neste ano, com perspectiva de 4,13% em 2007, e não mais 4,25% como previa a pesquisa da semana passada. Com esse movimento, a relação entre dívida líquida do setor público e PIB deve aumentar de 50,45% para 50,50% neste ano, e de 48,70% para 48,90% no ano que vem, conforme projeções dos analistas de mercado.
A pesquisa não mexeu nas expectativas em relação à taxa básica de juros (Selic). Foi mantida a projeção de que a taxa cairá de 16,75% para 16,50% na reunião que o Comitê de Política Monetária (Copom) realiza em março e, gradativamente, será reduzida ao longo do ano, de modo a terminar 2006 em 15% ao ano. A expectativa é de que a Selic caia para 13,50% ao final de 2007.
