As expectativas do mercado financeiro em relação à inflação inverteram os sinais depois de três semanas com tendência de baixa. Pela pesquisa divulgada hoje pelo Banco Central, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza as metas do governo, aumentou de 7,13%, na semana passada, para os atuais 7,16% no ano. A alteração é mínima, mas volta a se distanciar do centro da meta de 5,5%, com flexibilidade de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

O fato decorre, em parte, da resistência dos reajustes de tarifas dos preços monitorados (combustíveis, telefonia, energia e outros), cuja projeção acumulada para este ano subiu de 8,45%, há um mês, para 8,58%, na semana passada, e agora está em 8,60%. A tendência de crescimento não pára, embora represente apenas 30% em média na composição da inflação, mas já projeta reajustes de 7,20% para o ano que vem.

O boletim Focus divulgado hoje pelo Banco Central estima que o IPCA deste mês será de 0,45%, com leve aumento de 0,57% para 0,58% em novembro; e na projeção acumulada para os próximos doze meses a inflação se manterá em 6,17%. Os analistas de mercado também mantêm a projeção de 5,81% para o IPCA de 2005 – acima da meta de 4,5% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e do ‘ajuste da meta’ para 5,2%, conforme estimativas do próprio BC, por conta do que os economistas chamam de inércia inflacionária.

O Índice de Preços ao Consumidor medido pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe) da Universidade de São Paulo (USP) mantém a tendência de baixa ? de 6,59%, há quatro semanas, caiu para 6,24%, na semana passada, e agora está em 6,22%. Vale lembrar que o IPC-Fipe faz a verificação apenas na capital paulista, enquanto o IPCA, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem alcance nacional.
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