Rio ? O projeto de pesquisa para o desenvolvimento de uma prótese vocal, da Fundação Doutor Amaral Carvalho (FAC), sediada no município de Jaú (SP), receberá R$ 838 mil de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O programa pretende fabricar no país próteses mais baratas do que as importadas por pacientes que sofreram a extração parcial ou total da laringe em decorrência de câncer.

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As próteses, que ajudam a recuperar a fala, são importadas dos Estados Unidos e chegam ao Brasil ao preço de US$ 505,00, segundo a assessoria de imprensa do BNDES. Já a prótese nacional, de acordo com a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), poderá custar aproximadamente US$ 125,00.

O superintendente da Fundação Doutor Amaral Carvalho, Antonio Luís Navarro, estima que, entre 80 mil a 100 mil brasileiros que tiveram a laringe extraída, tenham acesso às próteses. "Os principais beneficiados serão os pacientes do SUS laringectomizados, que acabam perdendo a voz em decorrência da cirurgia de câncer de garganta".

O empréstimo financeiro não reembolsável foi aprovado hoje (4). Segundo o banco, os recursos são Fundo Social da instituição e equivalem a 96,8% do orçamento do projeto. A verba será utilizada também na instalação de um Centro de Reabilitação Vocal. O banco afirma ainda que o centro servirá de base para a construção de uma futura Rede de Núcleos Avançados de Reabilitação Vocal no país.

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De acordo com dados fornecidos pela técnica da Divisão de Informação do Instituto Nacional de Câncer, do Ministério da Saúde, Marcelli de Oliveira Santos, a mortalidade por câncer de laringe no Brasil atingiu 2 mil homens e 340 mulheres em 2002, com registro de quatro óbitos por 100 mil homens e 0,5 mortes por 100 mil mulheres. O fator principal de risco nesse tipo de câncer é o tabaco, alerta a técnica do Inca.