Pesquisa realizada pela Ipsos Public Affairs mostra que 52% dos brasileiros compraram produto pirateado nos últimos três anos. No levantamento, feito entre os dias 18 e 22 de fevereiro, 46% disseram que não adquiriram este tipo de mercadoria e 2% não souberam ou preferiram não responder Foram entrevistadas 1.000 pessoas de 9 regiões metropolitanas e mais 70 municípios do País.
O estudo apontou que a maioria dos homens (59%) comprou produtos piratas, enquanto a maior parte das mulheres (53%) respondeu que não. Por classe social, a maior representatividade entre os compradores foi verificada nas classes "A" e "B" (66%), seguida pela participação da classe "C" (59%), enquanto a maioria dos integrantes das classes "D" e "E" (55%) não obtiveram estes produtos.
Quanto às regiões brasileiras, somente a Sul apresentou parte mais significativa (61%) de quem não comprou mercadorias pirateadas. Nas demais, a maior parte adquiriu os produtos falsificados: Norte e Centro-Oeste, com 62%, e Nordeste e Sudeste, com 53%. Por faixa etária, os compradores foram a maioria entre os entrevistados de 16 a 24 anos (75%); de 25 a 34 anos (62%) e de 35 a 44 anos (59%). Entre os indivíduos de 45 a 59 anos e de 60 anos ou mais, a maior participação pertenceu a quem não comprou produtos piratatas, com 65% e 80%, respectivamente.
No levantamento por renda, responderam que obtiveram este produtos a maior parte das pessoas que recebe entre R$ 501 e R$ 1.000 (55%); de R$ 1.001 a R$ 1.800 (63%); e acima de R$ 1 801 (60%). Entre os indivíduos com renda até R$ 300 e na faixa entre R$ 301 e R$ 500, a maioria, com 62% e 55%, respectivamente não comprou mercadorias pirateadas.
CDs lideram
O estudo da Ipsos revelou que os CDs continuam na liderança dos itens pirateados consumidos. No conjunto de entrevistados que adquiriram estes produtos, 50% compraram CDs de música. Em seguida, apareceram as citações de DVDs em geral (21%), brinquedos (17%), óculos escuros (16%), DVDs de filmes (15%), relógios (14%), bolsas (13%), equipamentos de som para casa ou carro (7%), fitas de vídeo (4%), programas de computador (4%) e aparelhos de videocassete (2%).
Se for levada em conta a participação de itens pirateados em cada produto comprado, 82% dos CDs comprados são ilegais e 69% dos DVDs de filmes se enquadram nesta categoria.
Indagados se a pirataria representa um problema, 52% dos consumidores responderam que não, "porque o Brasil é um país pobre e as pessoas nem sempre tem dinheiro para comprar produtos oficiais". Na outra ponta, 46% disseram que os itens piratas representam um problema porque "podem tirar empregos de trabalhadores".
