As drogas mais utilizadas, segundo o estudo, são a maconha, o tabaco e o álcool, seguidos por solventes, cocaína e crack. “São produtos cada vez mais acessíveis, sendo que as drogas lícitas são responsáveis por grande parte dos casos de dependência”, afirma a realizadora da pesquisa, Inês Goedert Xavier Andrzejewski, que atualmente trabalha como voluntária no grupo de Pais e Adolescentes do Programa Amor Exigente.
A pesquisa mostrou ainda que 76% dos jovens que fazem uso de drogas são do sexo masculino. Do total de entrevistados, 61% afirmaram terem começado a usar drogas por curiosidade e 39% por influência de amigos. Na pesquisa, 86,7% dizem que já conheciam alguém que usava drogas e 66% têm algum membro da família usuário ou em processo de abstinência.
Apoio ? Aproximadamente 75% dos jovens que participam dos grupos de apoio nunca foram internados em clínicas de recuperação, apesar de a maioria já ter tido problemas, considerados por eles mesmos, como graves com a polícia e a família. Os jovens revelaram achar mais fácil buscar a ajuda da família e dos voluntários dos grupos de apoio do que de clínicas.
Apesar de apenas cinco adolescentes participantes da pesquisa terem procurado ajuda por vontade própria, a maioria deles já consegue perceber os resultados do apoio que vêm recebendo. “Hoje eles já conseguem ter algum plano para o futuro”, comenta Inês. Para ela, a melhor forma de prevenção e de cura para o problema é o apoio da família. “O diálogo é sempre o melhor remédio.”
Conen ? O Conselho Estadual de Entorpecentes é uma instituição que tem como objetivo a prevenção do uso de drogas e de outros problemas que podem surgir na vida do adolescente, como violência, Aids e gravidez precoce. O coordenador de cursos para adolescentes, Givanildo da Silva, diz que o Conen mantém os jovens longe das drogas, indicando outros interesses e elevando a auto-estima. “Queremos que o adolescente saiba valorizar a qualidade de vida”, explica.
Inês Andrzejewski diz que os jovens reconhecem o efeito nocivo das drogas. A consciência dos riscos e problemas que acarretam é o que ajuda o adolescente a enfrentar o processo de recuperação, que pode ser muito lento e doloroso, além de muitas vezes não gerar o resultado esperado. “Muitos adolescentes vêem nos grupos de apoio uma forma de auxílio para aguentar este processo e voltar a viver.”
continua após a publicidade
continua após a publicidade