Permissividade plena

A oposição, leia-se PSDB e DEM, apavora o bivaque lulista com a ameaça de reiniciar as atividades legislativas coletando assinaturas para instalar uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI), integrada por deputados e senadores e, por esse motivo, autorizada a agir em nome da composição congressual na investigação do uso irregular dos cartões corporativos da Presidência da República.

Para um governo que está sendo dolorosamente lembrado das temerárias operações financeiras concebidas e executadas com a participação direta de dirigentes nacionais do PT, a fim de estipendiar com o chamado ?mensalão? inúmeros parlamentares da base, nada mais deletério que a plena radiografia da permissividade nos gastos pessoais de altos funcionários do executivo federal, desde que bancados pelo erário.

Na tentativa de barrar a iniciativa regimental, o governo resolveu abrir a cornucópia das nomeações, privilegiando de forma especial o PMDB, partido que só consegue sobreviver com a conquista de feudos para seus pequenos barões na Esplanada dos Ministérios (onde tem cinco titulares) e nas empresas estatais.

Para amealhar os votos do partido-ônibus na gesta quixotesca contra a CPMI, Lula determinou que se resolva de imediato as nomeações pendentes no sistema elétrico, dando preferência aos indicados de Sarney, Geddel Vieira Lima, Jader Barbalho e companhia bela.

O que não se pode, em nenhuma hipótese, é permitir que a oposição faça do ?mensalinho?, como o senador José Agripino Maia (DEM-RN) apostrofou a farra dos cartões, mais uma espada de Dâmocles a pender sobre uma cabeça completamente desarvorada. Qual será o próximo escândalo?

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