No documento protocolado há pouco na presidência da Câmara, pedindo o afastamento do presidente da Casa, Severino Cavalcanti, líderes e representantes do PSDB, PFL, PPS, PV e da minoria afirmam que sem isso as investigações serão comprometidas. Denúncias trazidas a público durante o fim de semana afirmam que ele teria recebido propina da empresa Buani&Paulucci, que administra um dos restaurantes da Câmara.

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Os representantes parlamentares argumentam que, por diversas vezes, Severino dirigiu-se à nação anunciando que agiria na condição de magistrado diante de questões que dividiam a Casa e exigiam especial atenção por parte dos parlamentares.

"É novamente hora de demonstrar seu compromisso com a imparcialidade. A nenhum magistrado é dado comandar um procedimento no qual possui interesse direto. Sem essa providência (o afastamento), as investigações estarão comprometidas", afirma o texto.

Em relação a uma possível representação ao Conselho de Ética pedindo abertura de processo de cassação do presidente da Câmara, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) disse que, com o indicativo de que Severino não vai se afastar do cargo, "nós faremos outra reunião ainda sem data marcada para decidir o que deve ser feito".

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Em resposta à denúncia, Severino divulgou, neste domingo, uma nota em que afirma já ter determinado ao diretor-geral da Casa, Sérgio Sampaio, a criação de uma comissão de sindicância para apurar os fatos. Severino também pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Polícia Federal que investigem as denúncias. Segundo o líder da minoria na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), Severino já afirmou que não pretende se afastar.