A desconfiança dos investidores estrangeiros com o novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e principalmente a importância da permanência de Henrique Meirelles no Banco Central (BC) para aliviar os temores de que ocorram mudanças na atual política econômica ficaram patentes na abertura da "Reunião de Primavera" do Institute of International Finance (IIF), entidade que reúne 340 dos maiores bancos privados e fundos de investimentos do mundo. "O Brasil e os mercados são afortunados pelo fato de o Meirelles permanecer em seu lugar no Banco Central", disse o presidente do Citibank e vice-presidente do IIF, William Rhodes, ao ser questionado pela Agência Estado sobre as mudanças no comando da economia brasileira. "O novo ministro já afirmou que pretende trabalhar com Meirelles, mas entende que o BC deve permanecer independente e esse é um bom ponto de estabilidade."
Durante uma entrevista à imprensa na abertura do evento, tanto Rhodes como o presidente do Deutsche Bank, Josef Ackerman, e o presidente do Banco Itaú, Roberto Setúbal, enfatizaram o fato de Mantega ter reafirmado o compromisso do governo de manter intacta a atual política macroeconômica ortodoxa. Segundo eles, a reação dos mercados "foi muito positiva". Ackerman, no entanto, frisou que "as pessoas são importantes, mas as instituições mais ainda, e muitos mercados emergentes como o Brasil as fortaleceram nos últimos anos."