Perícia aponta que coronel pode ter sido morto sábado

A perícia policial encerrada às 3h30 de hoje apontou que o coronel Ubiratan Guimarães estava morto havia mais de 20 horas quando seu corpo foi encontrado ontem à noite em seu apartamento na zona sul de São Paulo. Os policiais acreditam que o crime aconteceu no sábado à noite, pois os jornais de domingo não haviam sido recolhidos. A polícia deve ouvir a namorada do coronel. Segundo o porteiro do prédio, ela foi a última pessoa a visitá-lo antes de sua morte. Ela teria saído do apartamento por volta das 9 horas da noite do sábado.

De acordo com a perícia, ele sofreu hemorragia interna após levar um tiro de pistola no abdômen. Não foram encontrados sinais de luta ou arrombamento no apartamento. No entanto, a porta da área de serviço estava destrancada. Duas armas do militar da reserva serão periciadas. A princípio, elas não teriam sido utilizadas.

O coronel comandou a invasão da Polícia Militar na Casa de Detenção do Carandiru em 2 de outubro de 1992 que resultou na morte de 111 presos. Conforme a polícia, ele recebia ameaças constantes desde aquele ano. Foi a partir desse episódio que se formou a facção criminosa que atualmente promove ataques em São Paulo. A polícia agora investiga a relação entre as mortes de Ubiratan e José Ismael Pedroso, diretor do Carandiru na época do massacre, morto há cerca de um ano pela facção criminosa que atua nos presídios paulistas.

"Por enquanto, trata-se de homicídio de autoria desconhecida", disse o delegado-geral Marco Antônio Desgualdo. "As primeiras pistas não indicam envolvimento do PCC.

Em 2001, Ubiratan Guimarães foi condenado a 632 anos de prisão pelo massacre. Em 15 de fevereiro deste ano conseguiu absolvição no Órgão Especial do Tribunal de Justiça, alegando que houve erro no voto dos jurados. Seu corpo está sendo velado no Regimento da Cavalaria da Polícia Militar, no bairro da Luz, região central da cidade. O enterro será à tarde no Cemitério do Tremembé, na zona norte da capital paulista.

Ubiratan Guimarães era deputado estadual e concorria à reeleição no pleito de outubro pelo PTB. "Foi uma tragédia. O PTB está de luto. O coronel Ubiratan foi um exemplo de companheiro de partido. Nele sempre falaram mais alto o caráter e a lealdade", disse o deputado estadual Campos Machado, vice-presidente nacional do partido.

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