Perfil da governança

O perfil da governança dos estados mais importantes da federação em termos políticos e sociais, a partir de 1.º de janeiro de 2007, estará bastante próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja reeleição é dada como pule de dez pela maioria dos analistas. Isso não significa, entretanto, que os governadores ungidos pelas urnas se deixem amarrar com laços indissolúveis ao Partido dos Trabalhadores, do qual manterão um distanciamento cauteloso. A conclusão é do jornalista Sylvio Costa, em extensa matéria publicada no site ?Congresso em Foco?.

Com o andar da carruagem, indicam as pesquisas de intenção de voto que apenas em São Paulo – carro-chefe da economia nacional -, com a eleição de José Serra (PSDB), e na Bahia, com Paulo Souto (PFL), poder-se-ia apontar um núcleo hostil ao Palácio do Planalto. Serra, derrotado por Lula em 2002 e frustrado pelos dirigentes nacionais do partido no esforço para ser aclamado candidato à Presidência da República em lugar de Geraldo Alckmin, e Paulo Souto, fiel escudeiro do senador Antônio Carlos Magalhães, vice-rei da Bahia e inimigo figadal de Lula.

Em estreita proximidade a Lula situam-se os prováveis governadores Sérgio Cabral Filho (RJ), Roberto Requião (PR), Lúcio Alcântara (CE), Maguito Vilela (GO), Roseana Sarney (MA), Paulo Hartung (ES) e João Lyra (AL). Embora com o apoio circunscrito aos limites da moderação, aparecem também os virtuais governadores Germano Rigotto (RS), Blairo Maggi (MT), Cássio Cunha Lima (PB) e Siqueira Campos (TO). De acordo com Sylvio, esses governadores não apóiam Lula abertamente, mas também não o atacam.

A maior parcela de simpatia ao presidente Luiz Inácio, todos sabem, continuará vindo das Minas Gerais, onde o governador Aécio Neves deverá receber a maior votação proporcional da história e, por conseguinte, consagrar-se como o mais poderoso pretendente à Presidência em 2010.

Ao Partido dos Trabalhadores, no imenso latifúndio de votos indiretos a Lula, sobrarão três pequenos estados (Sergipe, Piauí e Acre), nos quais com todo o respeito aos brasileiros honrados que lá vivem e trabalham, não se poderá localizar nenhuma relevância estratégica à disposição do futuro governo ou de seu grêmio político. Quase nada para um partido que veio para mudar.

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