O ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, afirmou nesta segunda-feira (25) ter requisitado ao Exército que desmantele alguns postos militares que violam o direito de ir e vir dos palestinos na Cisjordânia. Segundo ele, a medida faz parte de um "pacote de boa vontade" com o objetivo de aumentar o prestígio do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, entre seu próprio povo. Abbas está envolvido numa intensa disputa de poder com o grupo rival Hamas.

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Peretz também informou aos comitês de Relações Exteriores e de Defesa do Parlamento de Israel que apóia a libertação de alguns dos milhares de prisioneiros palestinos mantidos em Israel, mesmo sem a contrapartida de um acordo para a libertação de um soldado israelense capturado por extremistas palestinos em junho deste ano. Mais cedo, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert também manifestou-se a favor da libertação de palestinos antes que o cabo Gilad Shalit seja solto. Olmert havia dito, em outras oportunidades, que não libertaria nenhum palestino até que Shalit estivesse em casa. Mas, numa reunião realizada com Abbas na noite de sábado, revelou a nova posição.

Israel espera que a libertação de prisioneiros, bem como a suavização das restrições ao deslocamento nos territórios palestinos, convença o público palestino de que Abbas é capaz de gerar benefícios que o Hamas, grupo que passou a controlar o governo palestino depois de vencer as eleições de janeiro último não tem como produzir. Na reunião de sábado, a primeira entre os líderes palestino e israelense um ano e meio, Olmert ofereceu a Abbas a desativação dos postos de checagem e da liberação de dezenas de milhões de dólares em impostos colhidos nas aduanas palestinas e retidos por Israel.

Os postos de checagem subdividiram a Cisjordânia em blocos, o que dificulta o deslocamento e sufoca a já devastada economia local. Parlamentares que participaram da reunião dos comitês afiram que Peretz mencionou a desativação de 59 postos em duas etapas. Ele não apresentou nenhum cronograma para a implementação da medida.

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Os palestinos saudaram a decisão de Peretz. "Embora o plano preveja a manutenção de centenas de bloqueios rodoviários, ainda consideramos isso um passo para o fim da restrição interna da Cisjordânia", disse um o negociador chefe da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat. O general Yair Naveh comandante israelense para a Cisjordânia, vem advertindo que a desativação dos postos tornará mais difícil a tarefa de evitar atentados suicidas, dizem fontes dos serviços de segurança.