O Departamento de Economia Rural, da Secretaria da Agricultura do Paraná (Seab), está calculando que a estiagem no Estado impedirá a circulação de mais de R$ 1,1 bilhão, prejudicando toda a economia e não apenas os agricultores. Pelo menos 25 municípios, sobretudo do sudoeste do Paraná, já tinham encaminhado notificações à Defesa Civil na tarde de hoje pedindo reconhecimento de estado de emergência. Não há previsão de chuva intermitente para o Estado, devendo restringir-se a pancadas ocasionais.
Entre os municípios mais prejudicados está Pinhal de São Bento, a cerca de 600 quilômetros de Curitiba. De acordo com o secretário municipal da Agricultura, Valcei Barbieri, três rios que cortam o município secaram pela primeira vez. A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) precisou abrir um poço para abastecer a área urbana. Mas na área rural a prefeitura tem levado água em caminhões-pipa.
Barbieri calcula que 70% da plantação de soja estão comprometidas. O levantamento realizado esta semana pelo departamento aponta que o Estado terá uma perda de 16,3% na produção de soja, caindo da projeção de 12,4 milhões de toneladas para 10,4 milhões de toneladas. No caso do milho, a previsão inicial de 7,16 milhões de toneladas passou para 6,88 milhões de toneladas, com queda de 3,9%. A estiagem atinge todas as regiões do Estado, mas os maiores prejuízos – em torno de 45% – estão sendo registrados no sudoeste. A região de Campo Mourão, no noroeste, também apresenta alto grau de perda, com 22,23%.
Como medida emergencial, o governo estadual encaminhou pedido ao governo federal para liberação de R$ 1,5 bilhão para o custeio do plantio do milho safrinha e de trigo; escoamento da safra de inverno de trigo e da safra de milho para liberação de armazéns; operacionalização do Proagro Mais para indenizar as perdas financiadas com recursos do Pronaf; e prorrogação dos prazos de pagamento das parcelas vencidas e a vencer dos financiamentos de custeios.