As perdas acumuladas pelos municípios paranaenses com a estiagem chega a R$ 1,1 bilhão, de acordo com levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura. Algumas regiões sobretudo o sudoeste, estão sem chuva significativa desde novembro e não há previsão de precipitações fortes para esta semana.
A Companhia Paranaense de Saneamento (Sanepar) tem feito constantes pedidos para racionalização do consumo de água, mas as maiores dificuldades são enfrentadas pelos agricultores. Até a tarde de hoje a Defesa Civil do Paraná havia reconhecido estado de emergência em 10 municípios, embora estivesse estudando os pedidos de outros 25.
No último levantamento feito pelo Deral, a soja apresentava a maior quebra, com 16,2% de redução. Em condições normais, a produção seria de 12,4 milhões de toneladas. Com a seca, caiu para 10,4 milhões. Somente nessa cultura o prejuízo deve atingir R$ 912 milhões. Já foram colhidos aproximadamente 16%. O milho deve ter quebra de 3,92%, o que representa 281 mil toneladas de uma previsão inicial de 7,1 milhões de toneladas.
A região mais afetada é a de Francisco Beltrão (sudoeste), com 45% de perdas, seguido de Campo Mourão (noroeste), com 22,23%, Toledo (oeste), com 16%, Cascavel (oeste), com 13,2%, e Jacarezinho (norte), com 12,7%.
Tal como no ano passado, o município de Bom Jesus do Sul, a cerca de 610 quilômetros de Curitiba, no sudoeste, é um dos mais atingidos. Para o prefeito Paulo Deola o problema maior está no fornecimento de água. A prefeitura instalou caixas no alto dos morros para socorrer os moradores da área rural. A água é coletada em riachos distantes e distribuída apenas para a subsistência das famílias.
Reivindicações
A Associação dos Municípios do Sudoeste pretende ter um encontro amanhã (08) com o governo do Estado para entregar uma pauta de reivindicações com itens que dizem respeito à administração estadual e outros a serem levados a Brasília. Entre os principais pedidos estão anistia de dívidas de custeio dos produtores que ficaram fora do Proagro e da parcela de Investimentos 2005, abertura de crédito especial para os agricultores prejudicados pela seca e a dispensa da observância do zoneamento agrícola para esta safra. O documento insiste ainda que o governo reconheça imediatamente a situação de emergência liberando recursos para aquisição de sementes para pastagens de inverno.