A mudança no cálculo da Taxa Referencial (TR), utilizada para reajustar a caderneta de poupança e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), não deve ter grande impacto para os trabalhadores, na avaliação do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Para ele, o impacto da mudança deve ficar em torno de 0 5% ao ano e as perdas serão compensadas por ganhos de outro lado.
Se ele traz um prejuízo do ponto de vista da poupança e do rendimento do fundo [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço], ele traz uma conquista do ponto de vista das prestações para quem adquire a casa própria com financiamento, afirmou Marinho ao participar, hoje (7), de reunião da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados.
O cálculo da TR foi alterado em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN) na última segunda-feira (5). O minsitro da Fazenda, Guido Mantega, defende que a medida corrige uma distorção, já que tantoa inflação quanto as taxas de juros estão em queda.
Na opinião do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), ArthurHenrique Santos, a mudança aumenta o lucro dos bancos e reduz o rendimento dostrabalhadores que têm seu dinheiro aplicado no FGTS.
A poupança rende 6% ao anomais a TR. Com a redução da taxa, o rendimento da poupança diminui. O reajuste de financiamentos habitacionais, que também possui em sua composição a taxa, segue a mesma trajetória, o que nesse caso pode significar prestações menores.
A TR é calculada com base na Taxa Básica Financeira (TBF) que, por suavez, temcomo fundamento a rentabilidade média dos Certificados de DepósitosBancários (CDB) e do Recibo de Depósitos Bancários (RDB) de prazo de30 a 35 dias corridos, emitidos por uma amostra composta pelas 30instituiçõesfinanceiras com maior volume de captação desses papéis.