O Pentágono admitiu pela primeira vez, numa desanimadora avaliação, que a violência no Iraque pode ser considerado em certos aspectos como do nível de uma guerra civil. Numa nova avaliação negativa do desenrolar da guerra, um relatório quadrimestral divulgado ontem diz que o trimestre de outubro último a dezembro foi o mais violento desde 2003. Ataques insurgentes contra tropas iraquianas, estrangeiras e civis foram em maior número do que em qualquer trimestre anterior.
A maioria dos dados apresentados pelo Pentágono no relatório de 42 páginas se refere ao período anterior à ordem dada pelo presidente americano, George W. Bush, de envio de adicionais 21.500 soldados a Bagdá para lidar com a escalada de violência.
Membros do governo Bush têm relutado em admitir que o Exército americano está no meio de uma verdadeira guerra civil e o próprio relatório do Pentágono considera que o termo não explica a complexa situação do Iraque. Mas acrescenta: "Alguns elementos da situação no Iraque podem descrevê-la propriamente como uma guerra civil, incluindo o fortalecimento da identificação e mobilização sectárias centradas nas etnias, a mudança do caráter da violência e o deslocamento de populações.
Uma avaliação divulgada pela comunidade de inteligência dos EUA no mês passado chegou à mesma conclusão. O documento aponta uma média de mais de mil ataques por semana entre os meses de outubro e dezembro de 2006, comparado cerca de mil no trimestre anterior. De maio a agosto do mesmo ano, o Pentágono divulgou média de 800 incidentes por semana.
