Nas nove penitenciárias do Vale do Paraíba, o Dia dos Pais foi de tranqüilidade. As visitas começaram cedo e do lado de fora dos presídios havia muitas viaturas das polícias militar e rodoviária, além de um helicóptero Águia, que dava apoio à operação. Carros e ônibus passavam por bloqueios.

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Por volta das 8 horas da manhã, em frente ao presídio "Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra", o P1 de Tremembé, as famílias estavam ansiosas enquanto aguardavam a revista, antes da entrada. "A gente fica com receio, mas tomara que hoje não aconteça nada. Muitos pagam por alguns, mas nem todos são do PCC", disse a estudante A.S, que visitava o irmão e preferiu não se identificar.

O carpinteiro Francisco Rezende, de 48 anos, também estava na fila, esperançoso para visitar o filho Tiago, preso no ano passado por assalto a banco. "Meu filho não conta nada, sempre tenta me tranqüilizar, dizendo que ta tudo bem". Apesar de não gostarem de falar de facções criminosas, a maioria dos visitantes não escondia a expectativa por um dia calmo, sem rebeliões. "Enquanto a gente ta aqui fora, tudo bem. Se o negócio tiver que virar, vira mesmo, até com a gente lá dentro", contou outra mulher, de São José dos Campos, que visitava o marido.

E a expectativa das famílias se confirmou. No P1, por volta das 15 horas, as mulheres e filhos deixavam as celas aos poucos, sorrindo, aliviadas. "Rezei muito com eles lá, conversei muito com meu filho. Pra mim o dia foi de paz", opinou a dona de casa Maria de Lourdes da Silva, de São José dos Campos. "Meu filho não quer saber dessas coisas de PCC, quer a liberdade de volta". Na saída, o carpinteiro, antes apreensivo, também estava feliz com o encontro com o filho. "Foi tudo bem, tudo bem. Os agentes penitenciários confirmaram a calmaria relatada pelas famílias. "Estávamos apreensivos, achávamos que ia acontecer de novo, mas correu tudo dentro da normalidade", informou um agente do Centro de Detenção Provisória de Taubaté, onde os parentes também deixaram as celas informando que o domingo havia sido "normal". "Quando ta tudo bem, eles ficam tranqüilos, conversam, dão risada, parecem até santos", brincou uma esposa, que levava três filhos.

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No presídio "Augusto César Salgado", também em Tremembé, onde estão os irmãos Cravinhos, o ex-goleiro Edinho, o empresário Edemar Cid Ferreira, ex-dono do Banco Santos, juízes e ex-policiais, as famílias também comentavam que o dia havia sido bastante tranqüilo. "Não gostaria de falar com a reportagem. Passei o dia com meus filhos e tudo bem", disse Astrogildo Cravinhos, pai dos irmãos Cravinhos, acompanhado da mãe e da mulher Nádia Cravinhos.