São Paulo (AE) – Pelé esteve nesta segunda-feira em São Paulo para o lançamento do projeto de instalação do Museu do Futebol no Estádio do Pacaembu, mas não conseguiu fugir do assunto: teve de comentar a goleada de 7 a 1 imposta pelo Corinthians na véspera, num resultado que intensificou um pouco mais a crise que assola a Vila Belmiro. E o "Rei" não apenas não fugiu das perguntas como apontou erros. O ex-jogador responsabilizou a diretoria do Santos pela crise. Para ele, os dirigentes cometeram dois erros graves nesta reta final de campeonato.
Para Pelé, a direção errou ao trocar o treinador – saiu Alexandre Gallo para a entrada de Nelsinho Baptista. Depois, continuou Pelé, errou ao promover a dispensa de quatro jogadores a pouco mais de um mês do final da temporada.
"Acho que a troca foi precipitada. O Gallo conhecia muito bem o elenco, ao passo que o Nelsinho chegou sem conhecer ninguém. As dispensas de jogadores foram feitas numa hora errada. Foi um erro", avalia.
Pelé garante, no entanto, que não foram estes fatores que determinaram a goleada de ontem. "O Corinthians tem um plantel melhor. Tem tudo para ser campeão e acho que dificilmente perde o título, mas não é tão superior a ponto de fazer um placar desses", argumenta. "Isso é coisa do futebol. Pode acontecer com qualquer um", acrescentou, para admitir em seguinda: "Essa vitória vai ficar marcada. Já sai direto para o museu".
Pelé disse que é preciso confiar no futuro da equipe do Santos. "Se a torcida santista já foi viúva de Pelé, não pode ser viúva de Robinho", alertou.
SELEÇÃO – Pelé também fez uma advertência ao técnico da Seleção, Carlos Alberto Parreira. Segundo ele, o favoritismo do Brasil na Copa de 2006 pode ser perigoso. "Eu me preocupo com o favoritismo do Brasil. Sempre que alguém chega como grande favorito, acaba perdendo. Foi assim com o Brasil em 50, com a Holanda em 74 e 78 e com a Argentina em 2002. Tem que refrescar a cabeça. O Brasil tem a melhor seleção, mas é preciso esquecer esse negócio de já ganhou", advertiu.