O senador Almeida Lima (PMDB-SE) afirmou hoje que recolherá assinaturas para a criação de uma nova comissão parlamentar de inquérito (CPI) focada apenas nas relações entre os presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto. Com um dia de atraso, o senador anunciou também que estuda entrar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ontem (25), Calheiros resolveu arquivar o requerimento de autoria de Lima que propunha a abertura da CPI do Lula, com cinco fatos a serem investigados.
"O presidente Renan cometeu, sem dúvida, um grande equívoco ao arquivar o pedido de CPI. Havia fatos determinados, concretos e com limites precisos no requerimento apresentado", disse Lima, que estava na Áustria quando o presidente do Senado decidiu arquivar o pedido da CPI do Lula. O senador peemedebista discordou ainda do argumento usado de que este é um ano eleitoral e, por isso, não há ambiente para o funcionamento de uma nova comissão de inquérito. "As razões para arquivar o pedido de CPI foram exclusivamente políticas e contrárias a todas as normas do direito", afirmou Lima.
A senadora Heloísa Helena (PSol-AL) concordou com as reclamações do senador do PMDB. "O Brasil todo sabe que o arquivamento do requerimento foi uma decisão política fruto da relação promíscua com o Palácio do Planalto", observou. "O presidente do Senado incorreu em um grave erro ao pedir o arquivamento da CPI", completou o senador Francisco de Assis Moraes Souza (PMDB-PI), o Mão Santa. O requerimento de Lima tinha 35 assinaturas de senadores, oito a mais do que o necessário.
