Os suinocultores do Paraná tiveram suas principais reivindicações, solicitadas pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) ao governo federal, atendidas. Em reunião realizada no Ministério da Agricultura, em Brasília, foi definida a criação de linhas de crédito para capital de giro e formação de estoques para produtores e indústrias, como vinha reivindicando o setor.
Em uma semana, foi a segunda reunião de trabalho, realizada no Ministério da Agricultura com a presença de representantes da Seab, para tratar da crise da suinocultura no Paraná. Na primeira reunião, o secretário da Agricultura, Valter Bianchini, apresentou as reivindicações ao ministro Reinhold Stephanes, que acolheu as solicitações do Paraná.
Desta vez, ocorreu uma reunião para definição das medidas com a presença do diretor-geral da Seab, Herlon Goelzer de Almeida, o coordenador da Secretaria Nacional de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Edílson Guimarães, o assessor especial do ministério da Fazenda, Gerardo Fonteles, o presidente da Companhia Nacional do Abastecimento ? Conab ? Jacinto Ferreira ? o presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Irineu Wessler e parlamentares.
Medidas
Entre as medidas já acertadas, está a criação de uma Linha Especial de Crédito – LEC – para apoiar a comercialização da carne suína, com juros de 8,75% ao ano. Os recursos poderão ser captados por indústrias de carne ou de derivados para formação de estoques. ?Trata-se de um capital de giro barato, necessário nesse momento para que as indústrias tenham mais capacidade de formar estoques?, avaliou Almeida.
Também será criada uma linha de crédito, com juros de 8,75% ao ano, para que os produtores tenham capacidade financeira para reter seus animais na propriedade. O agricultor familiar poderá ser mais beneficiado ainda, com juros que variam de 3%a 7,25% ao ano para essa mesma linha.
Outra reivindicação atendida foi a extensão da LEC e Empréstimos do Governo Federal (EGF) para o milho, para os produtores integrados às indústrias. Antes, somente os produtores independentes das indústrias podiam captar recursos junto à LEC e ao EGF.
Será criada ainda uma linha de crédito para compra de milho, com garantia em equivalência-suíno. De acordo com Almeida, o governo federal vai autorizar o sistema financeiro a aceitar o sistema como garantia para o financiamento para capital de giro.
Além dessas medidas já acertadas com os ministérios da Agricultura e da Fazenda, estão sendo estudadas outras demandas apresentadas pelo secretário Bianchini como a criação de um preço de referência de suínos e ampliação dos recursos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para comprar carne de porco para o programa Fome Zero.
Outra medida provável será a criação de AGF – Aquisição do Governo Federal – para a compra de carne suína e a formação de estoque estratégico. A Seab colocou em discussão, ainda, uma parceria entre os Estados produtores de carne suína e o governo federal para a realização de uma campanha de estímulo à compra de carne suína pelo consumidor.