O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, avaliou hoje que as CPIs propostas no Congresso Nacional, segundo ele com o objetivo de desgastar o Executivo, têm ajudado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto. "O presidente Lula não só não sofre nenhum desgaste com isso, como ele inclusive tem crescido nas pesquisas. Porque a população vai percebendo que o presidente é vítima de um excesso de medidas eleitoreiras, que não tem preocupação com o interesse público, só tem preocupação com a disputa eleitoral".
Dulci se referia ao requerimento do senador Almeida Lima (PMDB-SE) solicitando a criação de uma comissão parlamentar para investigar o suposto beneficiamento do presidente com recursos "de origem não esclarecida, manipulados por Paulo Okamoto (presidente do Sebrae)".
Há aproximadamente um mês, Lima já havia apresentado pedido semelhante para a instalação de uma CPI com objetivo de apurar as relações de Lula e Okamoto, além de outras investigações. Na ocasião, o pedido – batizado de "CPI do Lula" – foi arquivado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O presidente do Sebrae, amigo de Lula, assumiu o pagamento de uma dívida de R$ 29,4 mil do presidente com o PT. A oposição suspeita que o dinheiro tenha origem no valerioduto.
Ele criticou o que chamou de "artificialismo das iniciativas". "Desgaste para o Executivo e para o presidente Lula não vai ter nenhum. Se houver desgaste vai ser para quem está propondo essas coisas, porque a finalidade eleitoreira dessas coisas está tão evidente, tão óbvia, que a população já nem mais presta atenção nessas iniciativas", disse Dulci, salientando que falava como "cidadão".