Um pedido de vista do deputado Marcelo Ortiz (PV-SP) impediu que a Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara votasse há pouco o projeto de resolução
de líderes da base aliada para que a CPI da compra de votos da Câmara seja
instalada com prioridade, passando na frente de outras que estão na fila. Agora,
na avaliação do presidente da CCJ, Antonio Carlos Biscaia (PT-SP), o projeto só
poderá ser apreciado em agosto, uma vez que na próxima semana começa o recesso
parlamentar.
A idéia de Ortiz, ao pedir vista, foi a de evitar que uma
outra CPI sobre mensalão seja instalada na Câmara, para não tirar o foco da CPI
mista, solicitada pelos partidos de oposição. O que surpreende a oposição,
segundo Ortiz, é que essa CPI da compra de votos – que inclui, além do mensalão,
o suposto esquema de compra de votos no governo de Fernando Henrique Cardoso –
tenha sido assinado por parlamentares que estão sob investigação do Conselho de
Ética por acusações de ter recebido o mensalão. "Como vamos explicar isso para a
sociedade? ", perguntou Ortiz. Apesar do adiamento da CCJ, os governistas devem
pedir urgência para a votação do projeto de resolução diretamente no plenário.
