Pedágio de manutenção vai tornar tarifa seis vezes mais barata

Pedagio_04.jpg"O Governo do Paraná vai mostrar para o Brasil, para os juízes, para a mídia e para a opinião pública que o pedágio pode ser barato". A afirmação foi feita nesta terça-feira pelo governador Roberto Requião, que reafirmou sua postura em baixar o preço do pedágio no Estado durante a reunião semanal com o seu secretariado.

"É uma briga dura e, se não fosse a nossa resistência, os valores estariam agora 42% mais elevados", destacou o governador. Até o fim deste ano, segundo Requião, entrará em funcionamento o Programa de Pedagiamento de Manutenção de Rodovias no Estado do Paraná. "O pedágio público vai mostrar que as tarifas podem ser até seis vezes mais baratas do que as cobradas atualmente pelas concessionárias", afirmou o governador.

Segundo a apresentação do diretor-geral do DER, Rogério Tizzot, a previsão de faturamento das seis concessionárias, que administram 2.500 km de estradas, será, em 2005, de R$ 640 milhões, com uma receita média diária de R$ 1,75 milhão. Do preço da tarifa, apenas 30% resulta em benefícios diretos aos usuários, lembrou Tizzot.

Para o governador, "isso é um escândalo absoluto, porque as concessionárias faturam sem compromisso de realização de obras, já que diversos aditivos aos contratos originais, no governo anterior, desoneraram as empresas de suas contrapartidas". Requião fez um apelo à imprensa para que mostrem os dados verdadeiros e esclareçam juízes que têm concedido liminares e também a população sobre essa realidade. "Peço isso em nome do interesse de nosso povo", disse.

Pedágio de manutenção

O diretor-geral do DER apresentou a proposta do pedágio estadual de manutenção das rodovias, com um estudo para implantação em 843 quilômetros nas regiões Noroeste, Oeste/Sul, Campos Gerais e Norte. As rotas previstas são de Maringá a Francisco Alves, com 220 quilômetros de extensão; Santa Tereza do Oeste a General Carneiro, com 356 quilômetros de extensão; Nova Tebas a Guarapuava, com 139 quilômetros de extensão; e Santo Antonio da Platina a Jaguariaíva, com 128 quilômetros de extensão.

"O pedágio pode ser muito bem aplicado em rodovias específicas, onde ocorra um tráfego que torne viável a cobrança de uma tarifa módica, que não venha a onerar o usuário. Podemos perfeitamente manter uma rodovia em perfeitas condições cobrando muito menos do que as concessionárias cobram", reiterou Tizzot.

De acordo com os estudos do Departamento, o pedágio de manutenção tem condições viáveis de tráfego para ser aplicado nos 220 km da PR-323 entre Maringá e Francisco Alves. "É uma rodovia com um tráfego alto, com boas condições de aplicação do pedágio de manutenção", explicou Tizzot. "Não vamos incorrer nos mesmos erros cometidos no chamado Anel de Integração, no qual a megalomania gerou um sistema inviável para os usuários", acrescentou.

Trecho

A proposta já aprovada para a implantação do pedágio no Noroeste, prevê a instalação de duas praças ? Rio Ivaí e Perobal ? na PR 323, ligando Maringá a Francisco Alves, com tarifas de R$ 2,20 e R$ 2,00 para veículos leves e de R$ 8,40 para caminhão de sete eixos. O valor médio R$/km seria de R$ 0,019 para veículos leves e de R$ 0,076 para caminhões.

Uma comparação com as tarifas de R$ 6,20 para veículos leves e de R$ 36,40 para caminhões de sete eixos, cobradas pela concessionária Viapar, em trecho semelhante, nas praças Floresta, Mamborê e Cornélia, demonstra que o valor médio entre custo por quilômetro sobe para R$ 0,074 e R$ 0,437, respectivamente.

Outro comparativo feito pelo diretor-geral do DER, no percurso Cascavel -Maringá (250 quilômetros), que custa R$ 109,20 de tarifas cobradas pela Viapar, com o trecho Francisco Alves ? Maringá (220 quilômetros), que custaria R$ 16,80 pelo pedágio de manutenção, demonstra que a tarifa do DER/PR seria 6,5 vezes menor que a praticada pela concessionária.

Assistência

Além dos trabalho de conservação da estrada, Tizzot disse que o usuário também terá a assistência com guinchos, equipes de orientação e socorro médico. "Uma equipe percorrerá toda a extensão da área pedagiada para prestar orientação aos motoristas. Também, por meio de um convênio com o Corpo de Bombeiros, o Siate poderia prestar atendimento em casos de acidente", finalizou o diretor do DER.

Segundo Tizzot, o cronograma para a implantação do Pedágio de Manutenção prevê a assinatura do decreto de regulamentação já em março próximo e a construção das praças de pedágio em outubro.

No mês de novembro seriam feitas as obras de recuperação das rodovias e a implantação dos serviços de apoio, com o início da cobrança da tarifa a partir de dezembro deste ano. Estão previstos, além da manutenção das rodovias, atendimento mecânico e de ambulâncias para os usuários.

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