Durante todo o mês de março, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) prestará uma série de homenagens ao ex-presidente da República João Goulart, que completaria 86 anos nesta terça-feira. A primeira foi a missa celebrada ao meio-dia de hoje, na Igreja de São Benedito dos Pretos, no centro do Rio.
Nos próximos dias, o jornal do PDT vai lançar edição especial sobre o ex-presidente. Também para os próximos dias está prevista a exibição do filme Jango, do cineasta Sílvio Tendler, seguida de debate com personalidades que acompanharam de perto o governo Goulart, como o ex-ministro e atual conselheiro da República Almino Afonso, o ex-ministro e atual corregedor-geral da União, Waldir Pires, e o jornalista e ex-deputado José Talarico. O filme será exibido na Fundação Alberto Pasqualini, instituto político do PDT, no centro da cidade.
João Belchior Marques Goulart nasceu em São Borja, no Rio Grande do Sul, em 1919, e morreu no exílio, na Argentina, no dia 6 de dezembro de 1976, e está enterrado na cidade natal. Vice de Jânio Quadros, Jango assumiu a presidência da República em 7 de setembro de 1961, sob o regime parlamentarista, e governou até o golpe de 64, em 1º de abril. O governo Jango é usualmente dividido em duas fases: parlamentarista, da posse, em 1961, até janeiro de 1963; e presidencialista, de janeiro de 1963 até o golpe, em 1964.
Segundo o vice-presidente do PDT, deputado estadual Paulo Ramos, que assistiu à missa em memória do ex-presidente, as homenagens a Jango significam o fortalecimento da luta pela preservação dos direitos dos trabalhadores. Líder do PDT na Assembléia Legislativa, Ramos disse que o partido deve muito a João Goulart. Para ele, Jango era um instrumento de afirmação do trabalhismo. "O legado da Era Vargas, no governo Jango, passava por uma reformulação e atualização com as reformas de base, que só poderiam ser feitas, como estavam sendo feitas, com o apoio e a sustentação da classe trabalhadora organizada", ressaltou o deputado.