PDT exigirá que CPI investigue iniciativa privada

Os parlamentares do PDT na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios e de outras que, eventualmente, vierem a ser criadas nos próximos dias exigirão que as investigações mostrem quem são os beneficiários da corrupção na iniciativa privada. "Queremos saber quem é corrompido, mas também queremos saber quem são os corruptores", destacou hoje o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, durante uma reunião da executiva nacional, em Porto Alegre. "É perigoso para a democracia investigar a ineficiência do Estado e se esquecer de investigar os corruptores", afirmou.

Segundo Lupi, a legenda está preocupada com a defesa das estatais. A sigla teme que uma apuração restrita a casos de corrupção na esfera governamental ofereça argumentos para a venda das empresas públicas. "Em vez de descobrir corruptos, já estão falando em privatizar os Correios e o IRB", ressaltou.

Brizola

Além da reunião da executiva na capital gaúcha hoje, os pedetistas fazem uma romaria ao Rio Grande do Sul amanhã (21) para reverenciar a memória do ex-presidente nacional da agremiação Leonel Brizola, que morreu em 21 de junho de 2004, aos 82 anos. Pela manhã, eles visitam o túmulo de Brizola, no Cemitério de São Borja, na fronteira com a Argentina, e inauguram um busto dele. À tarde, participam de um grande expediente especial na Assembléia Legislativa.

As homenagens incluem o lançamento do livro "Jangadas do Sul", do escritor Giberto Vasconcelos, sobre os pontos em comum das trajetórias dos presidentes Getúlio Vargas e João Goulart, o Jango, e do ex-presidente nacional do PDT, e de um concurso nacional de monografias sobre a história do ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. O presidente nacional do PDT destacou que Brizola também receberá uma condecoração post mortem do governo federal e dará nome a uma usina hidrelétrica no Rio Grande do Sul e a uma plataforma da Petrobras no Rio de Janeiro.

Mangabeira

O professor de direito Roberto Mangabeira Unger, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, participa das homenagens ao ex-presidente nacional pedetista no Rio Grande do Sul como virtual candidato do partido a presidente da República em 2006. "A essência de nossa proposta é aquilo pelo qual o povo brasileiro votou em vão em 2002", anuncia, referindo-se à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como "uma monumental falsificação do voto".

Para Unger, a política brasileira tem sido dominada por dois agrupamentos partidários, o que governava antes e o que governa agora, que representam "o mesmo projeto ruinoso, malogrado e rejeitado pelo povo, que é a rendição ao financismo negocista, redução da política social a um açúcar compensatório e aceitação de acertos entre endinheirados e poderosos".

A proposta da legenda, adianta, terá quatro grandes vertentes. A primeira é a mobilização nacional para que o País não fique de joelhos e, sem violar contratos, enquadre o capital financeiro. A segunda é uma política social voltada para a capacitação da população, com prioridade ao ensino público e melhora da qualidade. A terceira é a reversão da queda da participação dos salários na renda nacional. A quarta é o fortalecimento da democracia com instituições que facilitam as mudanças, que começam, segundo ele, pela ruptura de acertos entre o dinheiro e o poder. "Tudo nela (na proposta) é moderado e factível com os instrumentos que o País tem à mão", avaliou.

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