PDT escolherá candidato a Presidência em maio, diz Carlos Lupi

São Paulo – O presidente nacional do PDT, deputado estadual Carlos Lupi (RJ), disse hoje, em entrevista coletiva, que o diretório nacional da legenda deverá decidir até a primeira quinzena de maio a escolha do candidato a Presidência da República. "Queremos que a população saiba que o PDT é uma alternativa viável ao PSDB e ao PT. Somos o partido que oferece a opção de desenvolvimento econômico ao projeto do PT e do PSDB, que é, em síntese, o mesmo", afirmou Lupi, após participar de debate, na Assembléia Legislativa de São Paulo, entre os pré-candidatos do partido a Presidência da República: o ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa; o senador Cristovam Buarque (DF); o ex-diretor do BNDES Bautista Vidal; e o senador Jefferson Peres (AM), este último ausente por participar de uma comissão do Congresso Nacional que receberá hoje a presidente do Chile, Michele Bachelet.

Embora todo o debate tenha transcorrido em defesa da candidatura própria, setores dentro do PDT indicaram que tal proposta não deverá frutificar, uma vez que governadores e forças regionais preferem independência para a formação de coligações locais, com partidos como PSDB, PFL e PMDB, entre outros, o que seria inviável por conta da verticalização estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal, que exige que, em caso de coligações, os Estados reproduzam a aliança nacional.

A visão de alguns setores do partido, sobretudo dos governadores é de que o PDT tem reais condições de vencer ou manter os governos do Amapá, com Waldez Góes; do Maranhão, com Jackson Lago; e do Paraná, com Osmar Dias. Além disso, sem lançar candidatos, o PDT seria competitivo nas disputas em mais seis Estados, em especial, segundo esses mesmos integrantes da legenda, no Espírito Santo e na Bahia. "Ao que tudo indica, a candidatura presidencial não sai, dada a força que os governadores terão nos debates dentro do partido", observou um integrante da legenda, que pediu anonimato.

De toda forma, Lupi anunciou o calendário pretendido pela sigla antes de anunciar o eventual candidato a Presidência da República. No dia 25 de abril, e em 2 e 5 de maio, os pré-candidatos voltarão a se reunir em Brasília, Rio de Janeiro e no Paraná (provavelmente em Curitiba) para discutir idéias e propostas para a formação de um programa de governo. Depois, ainda na primeira quinzena de maio, o diretório nacional do PDT se reúne para escolher o nome que disputará a campanha presidencial.

"O PDT trabalha de forma ultrademocrática e não precisa realizar prévias ou travar disputas internas para escolher seu candidato. Também não precisamos seguir o calendário eleitoral de forma restrita e, por isso, decidiremos nossa candidatura ainda no começo de maio", insistiu Lupi. Segundo ele, é intenção do PDT formar aliança com outros partidos, caso do PPS e do PV. "Mantemos discussões com esses partidos, e nossa intenção é de estar com eles ainda no primeiro turno. Se isso não acontecer, o processo político é de desafios e devemos nos orgulhar em assumir o desafio de ter uma candidatura própria de chapa puro-sangue", adiantou Lupi.

Entre os pré-candidatos, houve com veemência a defesa da candidatura própria. "A bipolarização do PSDB e PT é fantástica. São duas políticas iguais, atendendo ao interesse do grande capital internacional e brasileiro, e dizem que não existe outra alternativa. Mas há sim alternativa, que é o PDT, com a oferta de nomes experientes e com qualidade", observou Lessa. "Ou o PDT se lança à disputa presidencial, ou se tornará uma federação partidária, como é o PMDB. Temos grandes diferenças com o PT e com o PSDB, sobretudo no campo social e na prioridade absoluta de investir na educação", acrescentou Buarque, ex-ministro da Educação do governo Lula.

O presidente do PDT em São Paulo, o sindicalista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, também defendeu no ato a candidatura própria da legenda, e aproveitou para cobrar pressa na escolha do nome. "Assim como já aconteceu com nossos adversários, precisamos colocar o candidato na rua e trabalhar para esta vitória, e isso depende de decidirmos o quanto antes quem será este candidato", argumentou.

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