PCC: levantamento detalha visita de advogados a presos

Planilhas da Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo enviadas à CPI do Tráfico de Armas mostram a facilidade com que os advogados visitam presos nas cadeias do Estado. A recordista de visitas é Maria Odette de Moraes Haddad – fez 198 em 2005 e 151 neste ano. Entre os visitados pela advogada estão integrantes da facção criminosa como Marcos Paulo Nunes da Silva (o Vietnã), Osmar Gigliolli Pena (o Tico Branco), e Marcelo de Oliveira (o Dingobel).

Maria Odette, que nega qualquer envolvimento com o crime organizado, é uma dos 34 advogados investigados pela CPI por suspeita de colaboração com o PCC. "Os advogados podem encontrar à vontade qualquer preso, seja cliente ou não. E não há restrição para as visitas. Essas normas têm que mudar", diz o relator da CPI, deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

Os integrantes da comissão consideram excessivo o número de visitas recebidas por presos já condenados. No caso de Maria Odette, em 2005 ela fez 24 visitas ao preso Orlando Mota Junior, o Macarrão, apontado como um dos principais líderes do PCC depois de Marcos Camacho, o Marcola. Este ano, não há visitas de Odette ao criminoso: Macarrão foi atendido até junho por Valéria Dammous e Libânia Costa, presas há pouco mais de um mês sob acusação de trabalharem para o PCC. Em depoimento à CPI hoje, as duas negaram qualquer colaboração com a facção.

Outro levantamento da secretaria detalha as visitas feitas a Marcola, entre 2003 e 2006. Só este ano, o líder do PCC já recebeu 15 visitas de nove advogados diferentes. Para o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), criticado por associações de advogados por levantar suspeitas contra os profissionais, a CPI "vai provar que alguns deles já fazem parte da facção e são os principais responsáveis por levar e trazer as ordens dos líderes".

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