Segundo Alfa, o transporte de armas e munição é feito em carros de passeio e os criminosos pagam R$ 10 ou R$ 20 para "ninguém revistar nada" nos postos policiais. A CPI não revela detalhes sobre Alfa, se é do PCC ou se está preso. De Uruguaiana, os carregamentos vão para São Paulo, passando por Campinas e Ribeirão Preto (SP) ou por Juiz de Fora (RJ)
A passagem por Uruguaiana é uma das rotas descritas em dois sub-relatórios da CPI. A comissão está mapeando os caminhos das armas que chegam ao País. O Paraguai é o país de onde vem a maior parte do contrabando. Cerca de 66% das armas que chegam ao Brasil vêm daquele país. O restante vem dos EUA, Argentina, Bolívia, Filipinas e Uruguai
Preso por tráfico, a testemunha identificada como Ômega, em depoimento secreto, revelou que quadrilhas são comandadas de dentro dos presídios, por telefone. Segundo o relator da CPI, Paulo Pimenta (PT-SP), advogados dos presos têm papel cada vez maior na transmissão de ordens para motins nos presídios e operações de transporte das armas clandestinas. "Advogados passam a integrar as quadrilhas." A CPI investiga a ligação de 34 advogados do PCC com a facção de Marcos Camacho, o Marcola
Em trecho do depoimento, Ômega fala do envolvimento de militares paraguaios no contrabando. Policiais que trabalham para a CPI mostraram a existência de 17 lojas de comércio e importação de armas nas paraguaias de Ciudad Del Este, vizinha a Foz do Iguaçu (PR), e Pedro Juan Caballero, ao lado de Ponta Porã (MS). O documento destaca que só funcionam 23 dos 52 postos prometidos pelo governo para fiscalizar as fronteiras do País. Colaborou José Maria Tomazel