PCC cancela festa do Dia das Crianças

A facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) cancelou a festa do Dia das Crianças, este ano, nas prisões dominadas pela organização criminosa. Essa data era tão comemorada nas penitenciárias pelos detentos e seus familiares como o Dia das Mães e o Natal. Em anos anteriores, a facção distribuía bicicletas, brinquedos, doces, bolos e refrigerantes para os filhos dos presos.

A polícia paulista está em alerta por causa do cancelamento das comemorações do 12 de outubro nas prisões. Policiais que investigam as ações do crime organizado acreditam que o PCC decidiu suspender a festa das crianças para pôr em prática algum outro plano, como por exemplo uma possível rebelião em série na próxima semana. Tropas de elite da Polícia Militar estão de sobreaviso para impedir eventuais motins nos presídios.

A hipótese de rebelião em série, no entanto, é descartada pelas autoridades prisionais. Para agentes penitenciários da região Oeste do Estado, onde estão recolhidos os principais líderes do PCC, a facção não vai comemorar o Dia da Criança em protesto contra o isolamento de alguns líderes da organização na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau.

Os mesmos agentes também apontam como outra insatisfação do PCC a transferência dos principais chefes da organização para o Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes. As transferências dos líderes do grupo começaram em maio, logo após a série de atentados contra postos policiais prédios públicos, instituições privadas e transportes coletivos no Estado. No CRP, os presos cumprem castigo em regime disciplinar diferenciado (RDD). Nesse sistema, os detentos não têm direito à visita íntima, só podem ficar duas horas no máximo no banho de sol e não têm acesso à rádio, TV, jornal e revista.

No ano passado, o PCC patrocinou a festa do Dia das crianças nas prisões. A facção comprou e fez sorteio de dezenas de bicicletas e brinquedos para os filhos dos presidiários. Também foram distribuídos bolos, doces e refrigerantes. No final dos anos 90, o PCC comprou uma carreta de Coca-Cola para os filhos de detentos da Penitenciária do Estado, no Carandiru, Zona Norte.

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