O PC do B formalizou nesta segunda-feira (4), numa reunião de seus dirigentes com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a permanência na base do governo. Mas, apesar dos elogios à coalizão e ao programa de governo defendido por Lula, o presidente do partido, Renato Rabelo, deixou claro que isso não garante uma base unida em todos os casos.

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"Os partidos têm que ter independência no governo. O compromisso é com a plataforma formada com a coalizão. Vamos marchar com o governo, a não ser que fira princípios históricos do PC do B", disse Rabelo no Palácio do Planalto, ao sair do encontro com Lula. "A possibilidade de dissidências e rachas na política sempre podem existir.

Entre as idéias que assustam o PC do B, está a de uma nova reforma da Previdência, proposta defendida por alguns setores do governo. Questionado por jornalistas sobre essa questão, Rabelo evitou responder diretamente. Apenas garantiu que o próprio Lula afirma não estar disposto a fazer uma nova reforma. Rabelo afirmou que seu partido ainda não discutiu a ocupação de cargos federais nem a disputa para a presidência da Câmara, na qual o atual presidente Aldo Rebelo (PC do B-SP) é um dos candidatos. Mesmo assim, o dirigente comunista, defendeu a participação de seu partido na coalizão de governo.

Rabelo disse saber que PMDB e PT vão ocupar mais espaço porque são os maiores partidos, mas reivindica um espaço de "aliado histórico" para o PC do B. "Existe também uma relação de tempo, de confiança. O nosso partido sempre esteve ao lado do presidente Lula, em todas as eleições desde 1989", lembrou. Na semana passada, depois de uma reunião preparatória com o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, Rabelo afirmara que o PC do B estaria pronto para assumir mais responsabilidades no governo, por causa de sua relação antiga com Lula e do crescimento do partido.

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Hoje a legenda tem apenas um ministério, o dos Esportes, que foi de Agnelo Queiroz e hoje está nas mãos de Orlando Silva. Além disso, ganhou a presidência da Câmara com Aldo, depois de um grande acordo com o governo para garantir um candidato palatável a toda a base, em 2005, na sucessão de Severino Cavalcanti, que renunciou ao posto depois de seu envolvimento num caso de corrupção.

Rabelo garante que a presidência da Câmara não entrou na conversa com o presidente. O PT tem candidato ao cargo e também o PMDB. Com Aldo, são três candidatos da coalizão. "A candidatura do Aldo à presidência da Câmara é uma questão só compreensível com o apoio amplo da base governista. Sem isso, como pode se candidato? Apoio é construído", disse.

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