Candidato derrotado do PP à sucessão municipal, o ex-prefeito Paulo Maluf foi afastado hoje do partido por decisão da executiva municipal da legenda. "Ele está desligado do PP até que todos os processos que correm contra ele tenham transitado em julgado (terminado, sem hipótese de recurso judicial)", afirmou o deputado federal Celso Russomanno (SP), presidente do PP paulistano. "As denúncias de corrupção estão prejudicando a imagem do partido."
Em outubro, Maluf teve o pior desempenho de sua história nas urnas de São Paulo. Ele responde a processo por evasão de divisas, entre outros crimes. O Ministério Público sustenta que o ex-prefeito mantém, em contas no exterior, dinheiro resultado de corrupção praticada enquanto ele foi prefeito. Maluf nega.
Russomanno sustenta ainda que o ex-prefeito deixou dívidas com fornecedores da campanha deste ano de mais de R$ 1 milhão. "A Justiça Eleitoral rejeitou as contas e isso pode implicar em perdas para o PP, de repasse do fundo partidário", disse o deputado, antigo desafeto de Maluf. Russomanno tentou lançar sua própria candidatura a prefeito este ano, mas acabou compondo com o grupo malufista.
"O que o Russomanno quer é aparecer", respondeu Jesse Ribeiro, coordenador da campanha do ex-prefeito. "Ele mudou a composição da comissão executiva para tentar se vingar, mas essa decisão só terá efeito por ordem do diretório nacional e lá ele não manda."
De acordo com Ribeiro, a dívida de R$ 1 milhão com a Makplan – que cuidou dos programas de TV – será assumida pelo diretório nacional. "Já existe o compromisso do presidente Pedro Corrêa. Só falta formalizar, por isso a Justiça reclamou, mas isso já foi providenciado." Ele disse que sequer vai recorrer da decisão da executiva. "Do ponto de vista formal, a comissão municipal é provisória. Nem vamos tomar conhecimento disso."
