O governo Lula vai colocar nas ruas, em 2006, uma Polícia Federal superequipada, com quadros reforçados, novos armamentos pesados e modernizada. Pela primeira vez em sua história, a corporação atingirá efetivo com 10,5 mil policiais. As grandes operações de combate ao crime organizado serão intensificadas, inclusive com uso de um avião Embraer com capacidade para transportar 50 agentes para missões especiais.
O anúncio da super PF foi feito hoje 13 pelo diretor-geral da instituição, delegado Paulo Lacerda, e pelo ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos que, no entanto, negou o uso da PF como instrumento para a campanha de Lula à reeleição. "A PF é uma instituição de Estado, de Nação, que não persegue e não protege", garantiu.
"A PF se tornou uma instituição em que o povo brasileiro confia muito", declarou Thomaz Bastos. "Houve um projeto de trabalho que valoriza os métodos modernos de investigação, como a inteligência, o planejamento estratégico e os investimentos, de modo que foi possível fazer em 3 anos um trabalho impessoal, de maneira institucional e republicana, dezenas de operações contra a corrupção, o crime organizado e as grandes quadrilhas que infestavam o Brasil."
O ministro negou que a PF supervalorizada faça parte da agenda positiva do presidente Lula em ano eleitoral. "Eu não sou político, eu sou um advogado no Ministério da Justiça, onde pretendo ficar porque me sinto muito bem no trabalho de construir essas instituições confiáveis. Não fazemos isso pela campanha do presidente Lula, mas para que o País tenha uma instituição de Estado, uma instituição de Nação, que não persiga e que não proteja."
Para Thomaz Bastos, "tanto o rico como o pobre estão sujeitos aos rigores da PF, pessoas que sempre se imaginaram acima da lei foram alcançadas por investigações bem feitas". Ele lembrou que "o caso mais notório em que a PF atuou em 2005 foi esse "valerioduto" (mensalão no Congresso) em que um trabalho de inteligência chegou à lista dos sacadores do Rural em Brasília".
O diretor-geral da PF destacou que as grandes operações atingiram "grupos ou pessoas de condição economicamente privilegiada e que historicamente se consideravam impunes". Lacerda disse estar otimista com relação à PF em 2006 .
Geraldo de Araújo, novo superintendente da PF em São Paulo, empossado hoje, disse que dará prioridade ao combate à corrupção. "Não gosto de 3 palavras: corrupção, corrupto e corruptor. A corrupção sangra o erário, prejudica a sociedade", afirmou. Ressaltou que também vai investigar lavagem de dinheiro e caixa 2 na campanha eleitoral.