São Paulo (AE) – A diretoria do Palmeiras tinha o argumento que precisava para encerrar o ciclo de Paulo Bonamigo no clube. A derrota em casa para o Fortaleza foi a gota d’água de uma combinação que nunca deu certo. A saída do técnico – que deveria ser anunciada na segunda-feira – foi antecipada pelo próprio treinador. Logo depois da partida, nos vestiários do Parque Antártica, Bonamigo pediu demissão. O desempenho dele no Palmeiras, ficou muitpo abaixo da expectativa. Foram nove derrotas e só cinco vitórias em 16 jogos ? dois empates. Emerson Leão é o preferido da torcida, que gritou seu nome pelo menos três vezes no decorrer da partida deste domingo.
O único e maior problema é o alto salário do treinador, perto dos R$ 400 mil por mês. Há dirigentes no Palmeiras, ainda sobre a bandeira de Mustafá Contursi, que são contra. Geninho e até mesmo Tite são outros nomes que começam a ser ventilados pelos lados da Academia.
O gol do Fortaleza aos 14 minutos do segundo tempo fez o torcedor explodir. Sua ira caiu sobre Bonamigo que, de braços cruzados à beira do gramado, parecia não acreditar no que estava acontecendo. Foi ofendido: "Burro! Burro! Burro!" Depois, voltou a ouvir o nome do fantasma que o assombra no Parque: "Leão! Leão! Leão!" A bronca começou após o intervalo, sobretudo porque o torcedor esperava que ele fosse mexer na equipe, que pouco fez nos primeiros 45 minutos. Mas o time foi mantido.
Sua primeira alteração ocorreu após o gol. Mandou Warley a campo, um atacante que entrou no lugar de Leonardo Silva. O Palmeiras saiu de um 3-5-2 para um 4-4-3.
O time reagiu, mas voltou a sofrer outro gol no finalzinho. O treinador deixou o campo de cabeça baixa. Parecia assumir a culpa do fracasso. Não há clima para que ele fique no clube. O presidente Affonso della Monica já manifestou sua intenção de mudar o técnico.
O novo treinador terá mais opções para montar o time na seqüência da competição. Juninho, que cumpriu suspensão, está garantido na partida de quarta-feira contra o Figueirense, em Santa Catarina. Baiano também estará à disposição, mesmo ameaçado de pegar gancho de 520 dias por ter jogado a bola no argentino Tevez. Ocorre que seu julgamento no Rio será quarta, dia da partida.
Como cumpriu suspensão automática pela expulsão, ele só terá de pagar sua pena, se o Tribunal o punir por mais de um jogo, a partir de quinta.