O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, ofereceu-se hoje para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, um dia depois de o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) ter protocolado um requerimento convocando-o para falar da denúncia do caixa dois na campanha à reeleição do prefeito de Londrina (PR), Nedson Micheleti (PT). A data do comparecimento será acertada depois do carnaval. Bernardo encaminhou uma carta à CPI dizendo que está "à disposição" para tirar dúvidas sobre a sua participação na campanha do prefeito.
Barros afirma que resolveu ouvir o ministro, após ele ter sido acusado pela ex-assessora financeira do partido na cidade Soraya Garcia, de envolvimento no esquema. Em depoimento à CPI e ao Ministério Público (MP) do Paraná, Soraya disse que o PT escondeu no caixa dois 80% dos R$ 6,5 milhões arrecadados na eleição de 2004 e que apenas R$ 1, 2 milhão teria sido registrado na Justiça Eleitoral. O senador frisa no requerimento que Bernardo deve ser convocado, e não convidado, para não repetir o que fez o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que 12 dias depois de falar à comissão, negou ter dito o que disse, alegando que cometeu uma "imprecisão terminológica". Negou, desta forma, a afirmação de que o PT alugou o avião do empresário José Roberto Conaghi, em que ele viajou, um dia depois de o próprio empresário ter dito que ele viajou de graça, que pegou uma carona.
Na carta, o ministro do Planejamento afirma, ainda, que também quer falar sobre a denúncia de que o deputado tucano Luiz Carlos Hauly (PR) teria pedido R$ 500 mil para apoiar a candidatura de Micheletti no segundo turno. O deputado nega a acusação.