Brasília (AE) – O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, defendeu hoje uma solução definitiva para o problema de ressarcimento dos Estados e municípios pelas perdas com a Lei Kandir, que desonerou as exportações da incidência de ICMS.

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Segundo ele, não é possível, a cada fim de ano, ocorrer esse impasse entre a União e os Estados pela definição dos recursos. "Não dá para todo ano termos este conflito", afirmou.

Ele lembrou que o governo já apresentou, no início do ano, a proposta de criação de um fundo formado com receitas das exportações, que seria utilizado para o ressarcimento a Estados e municípios.

Segundo Bernardo, a decisão dos Estados de suspender o reconhecimento dos créditos do ICMS aos exportadores prejudica as exportações, mas ele alertou que vários Estados já estavam fazendo esse movimento.

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"Isso já estava acontecendo, estava sendo feito em vários Estados", afirmou, ao chegar ao Palácio do Planalto para a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

O ministro lembrou que o efeito da Lei Kandir, que obrigava a União a ressarcir os Estados pelas perdas com a renúncia do ICMS, já terminou em 2002. De lá para cá, segundo ele, o que tem havido é uma decisão do governo de transferir os recursos.

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"Não tem nenhuma lei que diz que se tem que transferir o dinheiro", afirmou Bernardo. Ele informou que há "grande chance" de se liberarem os R$ 900 milhões reclamados pelos Estados, referentes a este ano.

Mas ponderou que, no acordo negociado pelo governo pelos Estados, no fim do ano passado, ficou acertado um repasse de R$ 4,3 bilhões e mais R$ 900 milhões, este condicionado ao aumento da arrecadação.

Bernardo disse que não é verdade que o governo se teria comprometido a repassar, além dos R$ 5,2 (aí já incluídos os R$ 900 milhões) bilhões, um "plus" condicionado ao aumento da arrecadação.

O ministro disse que considera normal a decisão dos Estados de anunciarem a suspensão do reconhecimento do crédito de ICMS aos exportadores. "Eles estão brigando conosco. É normal. O que não dá é haver todo ano essa briga e não se resolver definitivamente o problema", afirmou.

Ele acha que isso é possível, numa negociação entre União e Estados, definir a regulamentação definitiva da Lei Kandir até o fim do ano.