O Paulista saiu na frente na decisão da Copa do Brasil. Venceu o Fluminense, por
2 a 0, nesta quarta-feira à noite, no Estádio Jaime Cintra, em Jundiaí (SP), e
agora pode perder até por um gol de diferença no jogo da volta quarta-feira que
vem, em São Januário, para comemorar a conquista do título. Vitória do Flu pelo
mesmo placar (2 a 0) leva a decisão para os pênaltis.

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A proposta do Flu
era não perder. Isso ficou claro já no primeiro tempo, pela formação tática sem
nenhuma ousadia. Abel montou sua equipe pensando só em se defender. A idéia era
jogar no erro do adversário e achar um gol, possivelmente num contra-ataque. Na
maior parte dos primeiros 45 minutos, o time carioca jogou atrás da linha da
bola. Só o atacante Tuta ficava à frente, à espera de uma chance que não
apareceu.

Já o Paulista adotou uma postura ofensiva. Atacou
principalmente com Márcio Mossoró, pela esquerda, tendo sempre o apoio de
Julinho do mesmo lado e de Juliano pela direita. Só pecou pelo nervosismo. Seus
jogadores pareciam ansiosos demais e talvez por isso tenham pecado tanto nas
finalizações, especialmente no primeiro tempo.

Não fosse esse nervosismo,
o time de Vágner Mancini poderia ter definido a vitória ainda no primeiro tempo.
Logo aos 9 minutos, André Leonel acertou a trave esquerda de Kléber. Aos 18, o
mesmo André Leonel quase surpreende com um bom chute que o goleiro do Flu pegou.
Aos 33, Léo precipitou-se na hora de concluir e perdeu outra chance. E, aos 36,
Kléber salvou de novo tocando pela linha de fundo uma cobrança de falta de
Juliano.

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Resumindo, no primeiro tempo só deu Paulista, que finalizou 12
contra apenas duas de um Fluminense muito acuado. O fraco desempenho do
Fluminense pode ser medido pelo comportamento de seu treinador na saída de
campo. Irritado, Abel desceu o túnel do vestiário esbravejando contra a sua
equipe. Chegou a dizer que seus jogadores ‘pipocaram’ no primeiro
tempo.

Na segunda etapa, Abel arriscou mais. Sacou Fernando, puxou Jean
para o meio-de-campo e colocou Lino na lateral-esquerda. Mas acabou dando azar,
porque logo em seu primeiro ataque, o Paulista abriu o placar. Numa descida
rápida pelo meio, Márcio Mossoró ganhou na velocidade da zaga carioca e na saída
de Kléber fuzilou sem chances para o goleiro: 1 a 0.

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Com a vantagem, o
Paulista se acalmou. O time passou a jogar dentro de suas características, com a
bola no chão e em velocidade. Envolveu o adversário até com certa facilidade. E
aos 38 minutos Léo fez 2 a 0, liquidando com o adversário.

Com a vitória,
o Paulista chega perto de uma façanha inédita. O melhor resultado de sua
história foi o vice-campeonato paulista do ano passado. E Abel Braga, com o
Fluminense, fica perto de repetir a decepção de perder a decisão da Copa do
Brasil para um time médio paulista.