Pau mandado

A serenidade do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da CPMI dos Correios, não sofreu abalo sequer com a provocação descabida e inconveniente do presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), causando justa estupefação ao pôr em dúvida a existência do mensalão.

Ora, na condição de presidente de uma das instâncias do parlamento, o deputado Aldo Rebelo, ao invés de postar-se como o magistrado que a essência do cargo requer, ademais de desprestigiar o trabalho dos membros da comissão, agiu como pau mandado do Palácio do Planalto.

Ao deputado paranaense restou a deixa, altaneira e de exemplar correção, de afirmar que o governo parece estar desejoso de proteger algumas pessoas. E mais, fez a interpretação propriamente dita do escambo malcheiroso dos porões do PT delubiano: ?Eles dizem que houve caixa 2 para partido político. Mas o caixa 2 não exclui o mensalão. Existiram os dois. O caixa 2 foi a entrada do dinheiro. O mensalão foi a saída?.

A declaração de Serraglio foi feita à jornalista Luciana Nunes Leal, em entrevista publicada no jornal O Estado de S. Paulo de domingo. Resposta direta ao raciocínio oblíquo do deputado Aldo Rebelo e do ministro Jaques Wagner, na tentativa de libertar o governo desse corpo estranho.

Tranqüilo como um monge zen, Serraglio não fez questão de descartar sua inserção no PMDB governista, ?por incrível que pareça?, aduziu, posto não ter feito qualquer esforço para lembrar que não é boneco de engonço, como os poucos ainda enganchados no espólio brasiliense.

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