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As principais patrocinadoras da seleção francesa, que ainda se recuperam do fracasso e da imagem negativa que os Azuis passaram na Copa do Mundo, pressionam a Federação Francesa de Futebol (FFF) por mudanças.
As quatro patrocinadoras oficiais (Crossroads, SFR, Crédit Agricole e GDF-Suez) se incomodam com uma série de questões. Além da confusão entre Anelka e Domenech e a recusa dos jogadores a treinar, fora obviamente a eliminação na fase de grupos, um verdadeiro marasmo toma conta da FFF, cujo presidente deixou o cargo e o conselho é incapaz de nomear um sucessor.
Depois dos puxões de orelha em público, como fizeram o grupo energético GDF-Suez, ar criticar o comportamento dos jogadores, e o Crédit Agricole, que tirou do ar a campanha publicitária, o tom subiu seriamente nas últimas semanas.
Segundo o jornal “La Tribune”, o GDF-Suez, que deposita 2,5 milhões de euros por ano, mandou uma carta para mostrar a insatisfação com o que acontecera na África do Sul e para avisar que o descontentamento de alguns sócios havia se agravado muito.
Até agora, de fato, nenhuma patrocinadora ameaçou romper os vínculos com a seleção, mas a reprovação nunca foi dúvida. “Certamente o que aconteceu não é bom para nós. Vendemos nossa imagem com a da seleção francesa”, declarou o conselheiro delegado do GDF-Suez, Gerard Mestrallet.
GDF-Suez e Carrefour são os dois patrocinadores que mais fazem marcação em cima da FFF. Uma fonte próxima à federação admite que os gigantes de fato “estão em condições de pressionar”.
Depois de assinar protocolos de acordo de patrocínio, que entraram em vigor no dia 1º de julho, algumas empresas tentam sondar a FFF para obter certos benefícios e influenciar mudanças que se aproximam, segundo uma fonte.
A ideia da participação dos patrocinadores na gestão da FFF e da seleção parece ganhar terreno dentro da própria federação, segundo o “La Tribune”, que menciona a hipótese de um Comitê de Patrocinadores que possa ser consultado principalmente em assuntos sobre comunicação.
Agora, o grande problema é a falta de um interlocutor entre os tais patrocinadores e a FFF.
“Sinceramente, está tudo muito confuso”, explicou um deles. Não sabem ainda como vai ser a próxima gestão nem a seleção do novo treinador, Laurent Blanc.
“Não somos uma parceria de seis meses. As próximas reuniões com a FFF serão uma oportunidade de pôr uma série de coisas na mesa”, explicou um funcionário do GDF-Suez. “Estamos atentos ao que acontece. Esperamos que a FFF se acerte para que possamos conversar”, conclui.