Pátio dos milagres

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossou ontem cinco novos ministros e deu por encerrada – salvo os imprevistos de sempre – a tarefa de escalar o time de auxiliares diretos do governo. São eles Miguel Jorge (Desenvolvimento), Franklin Martins (Comunicação Social), Alfredo Nascimento (Transportes), Luiz Marinho (Previdência) e Carlos Lupi (Trabalho).

A rigor, pouca coisa diferente do que os jornais noticiaram nas últimas semanas, a não ser pelo deslocamento de Luiz Marinho do Trabalho para a Previdência Social, área que deverá agregar inegável potencial de combustão face à urgente reforma que se faz necessária, entregando-se o Ministério do Trabalho ao presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, anteriormente cotado para a Previdência.

Deve-se creditar ao presidente a energia teimosa de contornar os obstáculos levantados pelo ressentimento originado no petismo ortodoxo, sobretudo em se tratando da decisão de escancarar a porteira para a formação de um ilusório pátio dos milagres, a coalizão governamental.

As escolhas de Lula refletiram, sem dúvida, o grau dos conflitos internos que permearam a complicada ginástica que se viu compelido a realizar, a fim de amalgamar à fisionomia do governo as antagônicas falanges político-partidárias mesmerizadas pela apropriação dos vários ramos da árvore do poder.

Duas personalidades marcantes se impõem no ministério, sem desmerecimento aos demais, os jornalistas Franklin Martins e Miguel Jorge, convocados pelo presidente para cuidar da Comunicação Social e do Desenvolvimento Econômico, habilitados a aportar ao governo cooperação de altíssimo gabarito profissional.

Franklin é credenciado pelo trabalho realizado nos mais importantes meios de comunicação do País, e Miguel teve carreira ascendente nas multinacionais que apostaram no seu comprovado potencial de agilidade e visão sistêmica. O governo ganha em qualidade e, em particular o presidente, dois interlocutores à altura dos grandes desafios a enfrentar.

Afora o discurso presidencial eivado das costumeiras expressões de mau gosto, o segundo governo parece ter começado.

A mudança de partido é o mais repulsivo vício praticado por muitos políticos brasileiros.

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