Partilha política da Infraero reforça pressão por CPI

A revelação de que o loteamento político da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) foi o ponto de partida para que o caos aéreo se espalhasse pelos aeroportos do País aumentou a pressão da oposição para que uma CPI sobre o assunto se instale no Congresso. Os oposicionistas avaliam que a ocupação fisiológica de cargos mostra o descaso com que o governo trata esse setor, visto como estratégico. Para governistas, o loteamento não é novidade e não há por que investigá-lo em CPI.

Os partidos de oposição se dividem quanto à conveniência de iniciar a investigação no Senado. Para o DEM (ex-PFL), esse é o melhor caminho, pois evita a pressão que o governo pode exercer por intermédio de sua maioria folgada na Câmara. Para lideranças do PSDB, a CPI dos deputados vai sair e seria um desperdício de energia abrir duas frentes diferentes.

Reportagem de domingo do jornal O Estado de S. Paulo mostrou que cinco partidos governistas – PT, PMDB, PTB, PSB e PR – e um de oposição – DEM – indicaram integrantes da cúpula da empresa estatal encarregada da infra-estrutura dos aeroportos. O cenário levou o brigadeiro Edilberto Sirotheau, que ocupava justamente a Superintendência de Segurança Aeroportuária, a afirmar em 2005 que a ?visibilidade? das obras em terminais estava sendo priorizada em detrimento da segurança.

Para o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), está aparecendo uma Infraero ?contaminada e viciada pela politicagem? o que torna mais premente a instalação de uma CPI. Ele acredita que o futuro da investigação estará decidido até a quarta-feira, quando espera ter 35 assinaturas – oito além do necessário – apoiando a comissão no Senado. O líder do DEM na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS), que integrou a CPI dos Correios, identificou a partir da reportagem o mesmo modo de operação nas duas empresas. O PSDB na Câmara discorda da estratégia de priorizar o Senado. ?Essa CPI nasceu do esforço da bancada do PSDB?, disse o líder Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP). ?Seria um desperdício de energia duas CPIs sobre a mesma temática. Será que não tem outra coisa para investigar??, questiona. ?Os senadores têm outros temas para explorar e verificar irregularidades?, disse o tucano.

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